Por rafael.nascimento
Rayanne%2C grávida de sete meses%2C sumiu na última sexta-feira na Central do Brasil Reprodução Facebook

Rio - Uma semana após o desaparecimento de Rayanne Christini Costa, de 22 anos, grávida de sete meses, que sumiu na Central do Brasil, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) ainda não descobriu o paradeiro da jovem. Como O DIA mostrou na última sexta-feira, a mulher foi vista pela última vez na terça, após marcar um encontro para receber doações — de roupas e fraldas — para o filho prestes a nascer. À ocasião, Rayanne foi encontrar com uma mulher que prometeu doar o enxoval do bebê.

De acordo com familiares, eles prestaram depoimento na DDPA última quarta-feira, sexta e sábado e afirmaram que a vítima — que mora com a mãe, uma filha de 3 anos e dois irmãos, um de 7 e 13 anos, respectivamente — em Padre Miguel, na Zona Oeste, é carente e estaria participando de um grupo das redes sociais para ganhar doações para seu segundo filho, que deverá nascer em dois meses. "Ela estava em um grupo no Facebook, de pessoas que doam roupas e fraldas para pessoas que precisam. Aí eles decidiram criar um grupo no WhatsApp para as pessoas que precisam recebessem os produtos", conta Caio César, 20 anos, amigo da vítima. A vítima conheceu a doadora, identificada até o momento como Lídia, em um grupo no Facebook.

De acordo com Monique Silva Costa, 30 anos, uma das amigas da vítima, Rayanne teria ido até a Central do Brasil, onde encontrou a suspeita e, juntas, elas iriam até a casa da mulher, em Magé, na Região Metropolitana do Rio, para retirar os itens. Segundo Monique, um amigo da família conseguiu rastrear o telefone dela até Caxias, onde o aparelho teria perdido o sinal. Parentes foram até Magé, e segundo eles uma testemunha teria dito ter visto Rayanne por duas vezes na rodoviária da cidade.

A tia da vítima, Jupyra Costa, 56, acredita que a sobrinha tenha sido sequestrada pela mulher que lhe daria roupas. "A minha sobrinha colocou a filha na creche e seguiu para à Central para encontrar essa mulher. Acreditamos que ela tenha sido raptada. Não faz sentido ela sumir. A Rayanne não tinha costumes de ficar longe de casa por muito tempo e sem pelo menos avisar. A filha dela não para de chorar e chamar", lembra a tia.
Publicidade
Nesta segunda, alguns parentes da grávida estiveram na Cidade da Polícia, no Jacaré, para obter informações das investigações. No entanto, segundo eles a resposta da Polícia Civil foi que "as investigações estão em andamento". 

De acordo com Monique Silva, familiares encontraram um antigo celular da vítima e conseguiram acessar o seu Facebook. No entanto, nada de estranho teria sido achado. "Consertamos um celular, já velho, que ela tinha e conseguimos acessar o 'face' dela. Nada de anormal foi achado", conta Monique. Segundo ela, uma pessoa que seria suspeita, foi até à delegacia e já teria prestado depoimento. A Polícia Civil, ainda, não confirma essa versão. 

Manifestação

Familiares e amigos da grávida fizeram na manhã de domingo uma manifestação em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Com cartazes e faixas, eles saíram da porta de Rayanne, em Padre Miguel, e seguiram até o calçadão de Bangu. Para auxiliar na procura e nas investigações, a Polícia Civil lançou um cartaz que estampa o rosto da vítima.

Familiares e amigos de Rayanne durante a manifestação Divulgação / Pedro Paulo Spoletto / SBT-Rio

Sobre as investigações

Cartaz que a Polícia Civil divulgou Divulgação

A Supervia informou que, as imagens de segurança da Central do Brasil já foram entregues para a Polícia Civil. Segundo amigos e parentes, as câmeras de segurança do local conseguiu captar o momento em que a vítima e a acusada deixaram o local. Nesta terça-feira, a reportagem tentou entrevista com a delegada titular da DDPA, Ellen Souto, que está à frente do caso para ela falar como andam as investigações. No entanto, ela recusou e disse, por e-mail, que "não poderia atender neste momento".

Questionada, a Polícia Civil reenviou uma mesma nota que já havia mandando na última sexta-feira. No comunicado, a instituição diz que "diligências estão em andamento".

Quem tiver qualquer informação que possa contribuir com as investigações pode entrar em contato com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) pelos telefones (21) 2202-0338 / 2582-7129 ou com a Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) pelos telefones (21) 2334-8823 e 2334-8835 ou pelo chat https://cacpcerj.pcivil.rj.gov.br.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento
Você pode gostar