No Cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio, o clima era de perplexidade. Os pais, o irmão e a namorada, ainda chocados, não quiseram falar. “Está todo mundo morto. Enterramos o ‘Victão’, um garoto alto, bonito, que só queria o bem. Nós enterramos ele, mas a família também morreu. A vida acabou para todos nós”, desabafou o primo Eduardo Valdez, de 37 anos.
Em carta, os pais de Victor manifestaram tristeza, cobraram justiça e agradeceram a todos que se solidarizaram com a perda. “Tivemos o dia mais triste de nossas vidas. Victor, nosso filho, foi mais uma vítima da violência. Foi tirado de nós jovem demais”, escreveram. “Até quando seremos vítimas? Até quando vamos permitir que a vida de nossos filhos corra risco?”
Victor, formado em Administração, tinha acabado de estacionar o carro na porta da casa da namorada, na Rua Engenheiro Gama Lobo, por volta das 3h, quando foi abordado por quatro assaltantes.
O casal, que teve os pertences roubados, tentou anotar a placa do veículo e teria seguido os criminosos para descobrir o caminho da fuga. Foi quando os fugitivos perceberam e atiraram. Victor foi atingido por três tiros. A namorada, Alessandra, escapou sem ferimentos.
A família alega que o casal não foi atrás dos assaltantes. Depois do assalto, Victor e a namorada se dirigiram para a delegacia para prestar queixa, o que teria sido interpretado pelos criminosos como tentativa de perseguição. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Capital.
Reportagem do estagiário Caio Sartori