Rio - Um morador foi morto com um tiro na cabeça durante um tiroteio na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, por volta das 6h30 desta quarta-feira. Parentes e testemunhas relataram que o pedreiro Luiz dos Santos Silva, de 42 anos, foi baleado a cem metros de casa, no momento em que voltava da padaria. Em imagens publicadas nas redes sociais, é possível ver um pedaço de pão e dinheiro, que seria o troco, ao lado da poça de sangue da vítima.
Após a morte do homem, parentes e moradores protestaram em frente ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, para onde ele chegou a ser socorrido. Com cartazes, eles pediram paz na comunidade. "Meu irmão era trabalhador e morreu com um saco de pão na mão. O pão é a arma contra a fome. Não havia operação naquele momento", afirmou a irmã de Luiz, Sônia Maria Souza. Os dois moravam juntos na Vila Cruzeiro.
Já Ramildo Belizário, diretor da associação de moradores da localidade, reforçou que casos parecidos também ocorrem quando há operações na favela. "Infelizmente hoje teve vítima. Já estamos indignados com isso. Não aguentamos mais essa violência", disse.
A prima da vítima, Cinthia Fernandes, de 31 anos, também esteve na manifestação e lamentou a morte de Luiz. "Não temos direto de ir e vir. Somos moradores na favela por necessidade, não somos bandidos", destacou.
O comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade informou que PMs entraram em confronto com homens armados enquanto faziam um patrulhamento na localidade conhecida como "Bairro Treze". O homem foi baleado e chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu.
Por meio das redes sociais, os moradores relataram tensão durante a troca de tiros. "Estava saindo para levar a minha filha para a escola. Um horror! Não temos paz aqui", contou um deles. "Até quando vamos viver nessa guerra?", lamentou outro. O caso foi registrado inicialmente na 22ª DP (Penha).
Posteriormente, policiais da Delegacia de Homicídios (DH) informaram que instauraram inquérito para apurar a morte de Luiz. Uma perícia foi realizada no local e os agentes fazem buscas para identificar a autoria do crime.