Por adriano.araujo

Rio - A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) concluiu o inquérito que apurava o estupro coletivo de uma menina de 12 anos em Mesquita, na Baixada Fluminense. A violência sexual foi praticada por quatro menores, um deles o namorado da vítima, de 14 anos, que também foi responsável pela filmagem e divulgação do vídeo, no início de maio. Um adolescente está apreendido e outros dois vão se apresentar à delegacia nesta sexta-feira. O quarto envolvido ainda não foi encontrado. 

Outros dois inquéritos ainda estão em andamento: um deles é para descobrir quem compartilhou o vídeo com o estupro e outro para apurar se uma segunda menina, também de 12 anos, também foi estuprada pelo grupo. Ela já prestou depoimento na delegacia, mas o teor segue em sigilo para não atrapalhar as investigações. Juliana Emerique, titular da Decav, falou também da tentativa de desprezar a vítima do estupro, como se ela fosse culpada pelo que aconteceu.

Titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vitima (Dcav)%2C Juliana Emerique%2C e o delegado assistente Rodrigo Moreira falam sobre o estupro coletivo da menina de 12 anos na BaixadaMaíra Coelho / Agência O Dia

"Neste casos, há sempre a tentativa de desqualificar a vítima, mas a lei é clara. Mesmo se há consentimento, praticar sexo com uma menina com menos de 14 anos é considerado estupro", disse.

O crime aconteceu em abril e o vídeo foi publicado na segunda-feira retrasada, no dia 1ª de maio. Tanto a família da menina quanto dos menores que abusaram dela estão no programa de proteção à testemunha, já que todos foram expulsos pelo tráfico que atua na região, a comunidade da Chatuba, em Mesquita, e ameaçados de morte.

De acordo com delegada Juliana Emerique, os menores não tinham envolvimento com o tráfico e nem havia sinais de consumo de drogas na casa, que era onde o namorado da menina morava.

A delegada disse que conversou com alguns responsáveis dos envolvidos no crime e mostrou que o melhor seria eles se apresentarem à polícia. Segundo Emerique, os familiares são pessoas humildes e trabalhadoras, e estão muito assustadas com a repercussão do caso.

Casa onde ocorreu o estupro foi periciada

Na manhã desta quinta-feira, policiais civis fizeram uma perícia na casa onde ocorreu o crime, na comunidade da Chatuba, em Mesquita, e apreenderam câmeras fotográficas, camisinhas e celulares. Lá morava o namorado da vítima, que vivia com a mãe.

Os policiais encontraram o local revirado e sem as roupas no armário. A informação é de que traficantes que atuam na Chatuba expulsaram os envolvidos da região, depois da repercussão do caso.

Polícia periciou casa onde ocorreu estupro coletivo na Baixada FluminenseDaniel Castelo Branco / Agência O Dia


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