Rio - O delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP (Bonsucesso) afirmou, nesta terça-feira, que há contradições entre os depoimentos do médico e do motorista da ambulância sobre a ação de bandidos da Vila do João, no Complexo da Maré, que os obrigaram a transportar um traficante ferido, supostamente Thiago da Silva Folly, o TH.
De acordo com o depoimento do médico, cinco pessoas foram na ambulância: dois criminosos (um baleado e outro dirigindo), uma mulher, o porteiro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ele próprio. Em um segundo depoimento prestado hoje, o motorista afirmou que o porteiro da UPA não foi dentro da ambulância. Vieira chamou toda a equipe da unidade, inclusive o porteiro e o médico novamente, para desvendar as contradições.
Segundo o delegado, o médico afirmou que não fez nenhum procedimento no bandido ferido e contou que não foi levado para nenhuma clínica. Disse também que foi deixado no meio do caminho depois de ter ficado cinco horas em poder dos bandidos, o que também causou estranheza. Um inspetor da 21ª DP afirmou que o médico tem por volta de 30 anos de idade.
O médico afirmou no depoimento de ontem que não vIu o rosto do bandido baleado, o que também foi recebido com desconfiança por Vieira, já que o médico acompanhou o bandido durante cinco horas dentro da ambulância.
Outra contradição apontada pelo delegado é que o médico afirmou que um carro preto seguiu a ambulância. Já o motorista disse que o carro não era preto, mas não confirmou a cor do veículo. Ele também não reconheceu o bandido como sendo TH. O investigador tambem explicou que ainda nao foram apresentadas as fotografias dos suspeitos ao médico.
Novos depoimentos estão previstos com o corpo de funcionários da UPA, incluindo o médico e o porteiro, a partir das 9h desta quarta-feira. Vieira acredita que o médico esteja omitindo informações, possivelmente por medo. O investigador acredita que a mulher que foi na ambulância seja mulher do criminoso ferido.