Por thiago.antunes

Rio - O menino Vitor Gabriel Leite Matheus, de 3 anos, teve morte cerebral nesta quinta-feira. Ele foi atingido por uma bala perdida na cabeça enquanto brincava na sala de casa com os irmãos, em São João de Meriti, na noite de segunda-feira. “Nem dentro de casa meu filho teve segurança. Agora, como vou viver sem o meu nego? Só Deus sabe. Pelo menos sei que os órgãos dele vão ajudar a salvar outras vidas”, disse a dona de casa Adriana Maria Leite Matheus, 28, mãe de Vitor, que autorizou a doação dos órgãos após a morte cerebral ser confirmada.

Menino de 3 anos estava brincando dentro de casa quando foi atingido por um tiro em São João de MeritiReprodução

De acordo com o diretor-geral do Hospital da Posse, José Sestello, o caso de Matheus tornou-se irreversível na quarta-feira. “Foi aberto o protocolo de transplante (de órgãos) ontem (quarta). Esse protocolo na criança precisa de 24 horas de observação. E o exame de eletroencefalograma confirmou agora há pouco a morte cerebral”, disse.

“Somos surpreendidos todos os dias. Temos 574 casos, se não me engano, de baleados, vítimas de projétil de arma de fogo, só esse ano. Em 2012, foram 172 o ano inteiro. A cada dia é uma história mais triste. É uma angústia a gente não saber onde vai chegar essa gravidade da violência na população”, desabafou Sestello.

Vitor Gabriel é a nona criança vítima de bala perdida no Estado este ano. Ele estava na sala da casa da mãe, esperando o pai levá-lo para um churrasco que celebrava o aniversário da madrasta.

Ao ouvir o estrondo, o pai da criança contou que pensou que o filho tivesse caído do sofá, devido ao volume de sangue. Somente ao chegar no hospital, a equipe médica confirmou que era uma bala perdida, que atravessou os dois hemisférios do cérebro da criança.

Ao retornar em casa, o pai viu que o projétil chegou a perfurar o sofá. Em nota, as polícias Civil e Militar informaram que não realizam operações na região e souberam que o menino havia sido atingido somente após o mesmo chegar ao hospital.

As investigações a respeito de sua morte ficarão sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.


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