Rio - O Ministério Público do Rio vai instaurar um procedimento e oficiar a Prefeitura do Rio para que sejam prestados esclarecimentos sobre a greve dos profissionais de saúde. O órgão quer saber se o município montou plano de contingência para a paralisação, que já dura três semanas, em 70% dos postos e Clínicas da Família. A prefeitura informou ontem, que não foi notificada.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alega que já liberou o repasse de R$ 36,4 milhões às Organizações Sociais (OSs) para regularização dos salários de setembro. No entanto, segundo a Associação de Medicina de Família e Comunidade do Rio (AMFaC-RJ), a OS Iabas emitiu comunicado ontem, aos seus funcionários, alegando que não havia previsão para pagamento de outubro, por conta do atraso no repasse de verbas da prefeitura.
Além do salário, os profissionais das unidades de saúde exigem a reposição dos medicamentos e insumos, além do aumento no orçamento da pasta para 2018. Em nota, a Prefeitura do Rio reforçou que está "empenhada em regularizar a situação das unidades". A SMS informou que foi aberto crédito suplementar no valor de R$ 25,7 milhões para a compra de insumos e remédios.
De acordo com a AMFaC-RJ, das 227 unidades de atenção primária, 160 estão em greve, mantendo apenas 30% dos funcionários. Uma nova assembleia do Sindicato dos Médicos do Rio (Sinmed-RJ) está marcada para o dia 16 de novembro para discutir a paralisação.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereador Inaldo Silva (PRB), afirmou que está acompanhando a greve e busca soluções para as demandas apresentadas pela categoria. "A comissão tem conhecimento da falta de atendimento em algumas unidades. Solicitei uma agenda com o secretário de Saúde para tomar ciência dos próximos passos para solucionar essa situação".