Rio - Uma mulher foi esfaqueada em um assalto na Praça da Bandeira, na Zona Norte, na noite desta terça-feira. Ela seguia para a estação de trem da SuperVia com duas amigas quando elas foram rendidas por um criminoso, que agarrou a mochila de uma das vítimas e a arrastou pela escada. Apesar da ação violenta e do trauma, Dayana de Souza, de 29 anos, passa bem.
As amigas tinham acabado de voltar do trabalho e seguiam para a estação, por volta das 18h. Um homem veio na direção contrária e anunciou o assalto. "Ele já chegou falando: 'Não grita, nem corre, só quero o celular'. Ele pedia a todo o momento o celular e a gente pedia calma, de repente ele puxou a bolsa dela e a arrastou escada abaixo", disse Raylla Motta, de 19 anos.
Dayana explica que se assustou com a abordagem do ladrão. Ele puxou a mochila que ela usava, mas ela não conseguiu se soltar dela, momento em que foi arrastada pelo bandido. "Foi horrível, estou traumatizada, não quero mais passar por aquele lugar. A sensação é de insegurança, ao ver outras pessoas e ninguém fazer nada. Ainda falamos com um guarda da SuperVia, mas ele disse que não podia nos ajudar. Nunca mais passo ali", falou.
O criminoso deu uma facada no braço da vítima e levou a sua bolsa, fugindo em direção ao Trevo das Forças Armadas. Dayana recebeu os primeiros socorros em uma base do Corpo de Bombeiros na região, que estancou o sangramento.
"O meu pai é taxista e estava próximo e nos levou para o hospital", disse Raylla. A esfaqueada foi levada para o Hospital Badim, na Tijuca, onde a terceira amiga que estava com elas também foi atendida após passar mal por conta da cena que presenciou. Dayana levou três pontos no braço na área do corte.
A vítima conta que teve um outro corte superficial perto da axila e agradece por ter escapado com vida da violência que sofreu. "Eu sangrei muito, quase desmaiei, minha pressão abaixou. Quando cheguei em casa e pensei 'tô segura', desabei de choro. Do jeito que foi um corte, eu poderia ter morrido, se pega em uma artéria importante do corpo estava morta", desabafou.
Procurada, a PM disse que o 4º BPM (São Cristóvão) não foi chamado para o caso envolvendo Dayana, mas confirmou que nesta quarta-feira houve outro roubo seguido de esfaqueamento na mesma região, conforme relatado pela vítima de ontem. Este novo alvo de ataque na Praça da Bandeira foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Ninguém foi preso.
Sobre o policiamento na Praça da Bandeira, a PM disse que o 4º BPM faz o patrulhamento "com viaturas, motos e a pé. O batalhão informa ainda que blitzes são realizadas sempre com o objetivo de reduzir ações criminosas". Segundo as vítimas, é comum este tipo de roubo no acesso à estação de trem. "E hoje aconteceu de novo, neste mesmo local. Teve um assalto com esfaqueamento também. Ontem eu, hoje foi outro cara, e ninguém faz nada", criticou Dayana, que estava no seu primeiro dia de trabalho após as férias. Não havia nenhum policial no momento do crime.
Dayana registrou o caso na 17ª DP (São Cristóvão) e realizou o exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). A delegacia ainda não deu detalhes sobre a investigação.
Em nota, a SuperVia disse que "lamenta que a insegurança nas imediações da via férrea tenha provocado mais uma vítima, dessa vez próximo à estação Praça da Bandeira. A conduta do agente no auxílio à vítima será apurada pela concessionária".
"A SuperVia ressalta que, de acordo com o contrato de concessão, a segurança pública dentro do sistema ferroviário é de responsabilidade do Governo do Estado, que atua nas estações e trens por meio do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer). A concessionária contrata efetivo extra de policiais militares, através do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) e opera, em todas as estações, com agentes de controle com o principal objetivo de informar, orientar e garantir o bem-estar e a integridade dos passageiros", finaliza o documento.