Rio - Tiroteio perto do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio, deixou um suspeito morto, na manhã desta quinta-feira. O confronto apavorou médicos, pacientes, estudantes da UFRJ e pedestres. De acordo com a 17ª DP (Ilha do Governador), cinco policiais militares da UPP Providência que seguiam para um curso no Comando de Operações Especiais (COE) passavam pela Avenida Brigadeiro Trompowski quando presenciaram um assalto, pouco antes das 6h30. O morto foi identificado como Luiz Martins, de 21 anos.
A vítima do assalto era um capitão de Corveta da Marinha que estava numa moto Honda XRE 300, alvo dos dois ladrões. O veículo está com duas marcas de tiros no tanque de combustível. O segundo criminoso fugiu na moto com a qual a dupla chegou ao local do crime. Com o bandido que morreu foi apreendida uma pistola Glock calibre .40 com três carregadores. A perícia da Divisão de Homicídios foi acionada ao local.
Uma vendedora ambulante foi vítima de bala perdida. Maria Gorete Rodrigues de Souza, 56 anos, foi atingida de raspão quando tentava se abrigar para fugir do tiroteio. Ela trabalha há 20 anos vendendo lanches na Ilha do Fundão, em frente ao Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira.
"Vi a morte de perto. Estava arrumando minhas coisas quando escutei os tiros. Fui me esconder e acabei baleada. Falei com minha amiga da banca: ' fui atingida'. O segurança do instituto me ajudou, me levou para o setor de pediatria, onde o médico me examinou. Fiz os exames e graças a Deus não aconteceu nada grave. Fiquei muito nervosa, é muito desagradável, você está trabalhando e acontece isso. Foi um livramento", disse Maria Gorete.
Quem trabalha ou passa diariamente pela região da Ilha do Fundão reclama dos frequentes assaltos e até tiroteios. Segundo a servidora da UFRJ Nilsa da Silva Moreira, de 65 anos, não há uma semana que não tenha assalto e tiros no campus ou entorno.
Ela trabalha no Fundão há 39 anos e disse que já presenciou um tiroteio até na passarela que liga a Cidade Universitária aos pontos de ônibus e estação do BRT na Avenida Brigadeiro Trompowski.
"Hoje a gente não sabe quem é quem, a segurança está péssima. Minhas amigas já foram assaltadas várias vezes, pegando ônibus ou aqui dentro do campus mesmo. Fico apreensiva quando tenho que pegar o BRT", contou a assistente administrativa, que mora no Méier.