Marina Silva - Agência Brasil
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Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - A pré-candidata à Presidência da República Marina Silva (Rede) criticou o governo federal por não ter um plano de segurança pública a ser implantado imediatamente no Rio de Janeiro.

"No Rio, havia uma situação de descontrole, mas quando se anunciou a intervenção não havia planejamento. Nem o governo federal nem o estadual tinham qualquer preparo para atender essa emergência", afirmou, nesta quinta-feira.

Ontem, a pré-candidata participou de uma cerimônia realizada em um hotel no Centro do Rio, para a filiação de Eduardo Bandeira de Mello à Rede. Ele é presidente do Flamengo e pretenso candidato a deputado federal pelo partido.

"O governo do Rio se declarou incompetente e em estado de falência em relação às finanças e à segurança pública, e entregou a população à sua própria sorte. O problema da violência no Rio chegou a uma situação dramática, mas a intervenção foi anunciada antes de ser planejada. Não se trabalhou um plano nacional de segurança pública, e a consequência é essa. Em 2010, eu já dizia que era preciso tratar a questão de forma nacional, em 2014 disse a mesma coisa, e continuo afirmando: a questão da segurança pública não é só de polícia, é de justiça; justiça econômica, social, cultura, de respeito às comunidades e de criar oportunidades para os jovens", afirmou.

Marina Silva e Eduardo Bandeira, na filiação dele à Rede - Divulgação / Rede

Marielle lembrada

Durante o evento, houve um minuto de silêncio em homenagem à vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em 14 de março, junto com seu motorista, Anderson Gomes. Para Marina, o caso tem repercussão nacional pela representatividade da vítima, mas não deve ser explorado eleitoralmente.

"Não se deve usar essa tragédia para qualquer tipo de resultado eleitoral, mas o que aconteceu impõe a nacionalização do debate, com todos os setores, porque todos somos afetados. O Rio está em 13º lugar entre os estados brasileiros em índices de criminalidade. No Nordeste há estados em situação ainda pior", disse.

Para Marina, Marielle "já era uma heroína, pelo que fazia, assim como Chico Mendes, cuja luta só teve grande repercussão depois de sua morte".

Julgamento de Lula

Questionada sobre o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do habeas corpus em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina disse que a lei não pode ser modificada para favorecer alguém em especial.

"Nós não podemos fulanizar a lei. A lei tem que ser seguida e aplicada em relação a todos. Tem que ser cumprida sem dois pesos e duas medidas", concluiu.

Para disputar o governo do Estado do Rio, a Rede deve lançar o deputado federal Miro Teixeira.

"O Rio tem um deficit gigante, mas, com uma boa gestão e combatendo a corrupção, é possível colocar as contas em ordem", afirmou Marina.

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