Rio - A viúva de Marielle Franco, Mônica Tereza Benício, fez duras críticas ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, durante a reinauguração da Biblioteca Parque de Manguinhos, na Zona Norte, que recebeu o nome da vereadora executada a tiros no Estácio, há duas semanas. A ação criminosa também terminou na morte de seu motoristas, Anderson. Na cerimônia, o político também foi vaiado ao subir no palco.
"Governador, desculpe, mas há sangue em suas mãos. E nas mãos de todos que estão aqui enquanto o caso da Marielle não for resolvido", disse Mônica. A biblioteca estava fechada desde dezembro de 2016 por conta da crise financeira que atingiu o estado.
"Esse projeto é importante que aconteça, mas não é nada menos que a obrigação do estado que este tipo de serviço seja mantido e feito às nossas crianças faveladas, aos negros e negras que eram as bandeiras de Marielle", criticou a companheira da vereadora, que estava acompanhada da mãe de Marielle, Marinete Francisco da Silva.
Muita emoção na homenagem do Governo do Estado a Marielle Franco. A família da vereadora participa da cerimônia em Manguinhos. pic.twitter.com/mMZOQa6oWE
— Governo do RJ (@GovRJ) 29 de março de 2018
Pezão rebateu: "Eu não matei ninguém, eu não atiro em ninguém". Ele falou sobre a investigação do caso, que completou duas semanas, e elogiou o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, que está a frente das investigações. "Não está faltando a integração com a inteligência das Forças Armadas, da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], de todos os órgãos. Eu tenho certeza que ele (Rivaldo) vai elucidar", disse.
Crianças do Balé Manguinhos também fizeram uma apresentação-protesto contra o governo e a violência que sofrem os moradores de favelas diariamente.