Rio - Três vereadores do Rio de Janeiro foram convocados, nesta quarta-feira, para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DH), no âmbito do inquérito que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista dela Anderson Gomes, na noite do último 14 de março. Os vereadores Renato Cinco e João Batista Oliveira de Araújo, o Babá, ambos do Psol; e Ítalo Ciba, do Avante, foram intimados para dar informações como testemunhas por causa das relações pessoais de cada um com Marielle nos trabalhos legislativos.
Renato Cinco disse que não poderia revelar o que falou no depoimento de quatro horas para não prejudicar as investigações. No entanto, ele disse que está confiante no andamento do trabalho da polícia para que os culpados sejam identificados.
Para o vereador, a polícia está empenhada em investigar várias possibilidades para esclarecer o crime, uma vez que as perguntas indicaram uma pesquisa ampla.
“A polícia já resolveu vários outros casos importantes que eram difíceis e que envolveram assassinatos de autoridades, como o caso da juíza Patrícia Acioli. Então, a princípio, estou confiante sim, mas sei que isso tudo não é simples. Foi uma execução feita por profissionais e, entre as especialidades deles, é não ser descoberto, tentar não ser descoberto... eles sabem como se investiga. Acho que eles têm também essa experiência que pode dificultar, mas tenho confiança sim”, disse.
Testemunhas dispensadas
O parlamentar concordou com o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, que defendeu a possibilidade de a polícia tomar os depoimentos de duas testemunhas que foram localizadas pela reportagem do jornal O Globo e teriam sido dispensadas do local do crime logo após os assassinatos.
“Acho que deve se ouvir todo mundo que pode ter envolvimento com o caso. Se "O Globo" está alegando que existem essas testemunhas, elas devem ser ouvidas sim e acredito que serão”, apontou.
Para o vereador, como houve convites para outros colegas prestarem depoimentos, uma das linhas de investigação seria buscar informações sobre o que ocorreu na Câmara nos dias que antecederam a morte de Marielle e como era o relacionamento dela com os parlamentares da casa.