Por CÁSSIO BRUNO

Rio - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) já prepara a lista com nomes de políticos que devem ter apoio de milícias e do tráfico de drogas nas próximas eleições no Estado do Rio. A investigação inclui ainda um mapeamento das áreas de risco dominadas por esses grupos criminosos. O desembargador Carlos Eduardo da Fonseca Passos, presidente do órgão, admitiu que a segurança será uma das principais preocupações durante a campanha.

"Não há como se excluir toda a influência de organizações criminosas no reduzido período até as próximas eleições, mas sua atuação deve ser combatida e coibida com austeridade, firmeza e celeridade, inclusive através de cassações de registros e diplomas de candidatos envolvidos com o crime organizado, de modo a permitir que a vontade do eleitor prevaleça e que as eleições transcorram em clima de normalidade", afirmou ele.

Sem dar detalhes sobre o monitoramento que está sendo realizado pelo TRE-RJ, Passos defendeu um trabalho conjunto com outras instituições públicas e de inteligência.

"O combate ao crime organizado e às milícias está sendo efetuado a partir de um regime de coalizão com outros órgãos democráticos, focado no compartilhamento de informações e no planejamento de estratégias específicas para redução de seu campo de ação", ressaltou.

Conforme revelou O DIA anteontem, a Polícia Civil investiga o poder político da milícia Liga da Justiça, que atua em bairros da Zona Oeste, na Baixada Fluminense e na Costa Verde. Os investigadores querem identificar os candidatos que têm relações espúrias com a quadrilha em busca de votos. No último sábado, uma megaoperação em Santa Cruz prendeu mais de 150 pessoas suspeitas de terem ligação com esse grupo paramilitar. O chefe do bando é Wellington da Silva Braga, o Ecko, que conseguiu escapar do cerco dos policiais após troca de tiros em uma festa.

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