Manifestação reúne milhares de pessoas em protesto contra a morte da vereadora Marielle Franco - Alexandre Brum / Agencia O Dia
Manifestação reúne milhares de pessoas em protesto contra a morte da vereadora Marielle FrancoAlexandre Brum / Agencia O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - A assessora que acompanhava a vereadora Marielle Franco (Psol) quando a parlamentar foi morta, em 14 de março, no Estácio, região central da cidade, está fora do Brasil. Segundo integrantes do Psol, que preferem não divulgar o nome da assessora, ela tomou a decisão com receio de sofrer retaliações de criminosos por ter presenciado a morte da vereadora.

Logo após o crime, a assessora prestou depoimento à Delegacia de Homicídios da Capital (DH) e em seguida deixou o Rio. Foi primeiro para outro estado do Brasil, onde permaneceu alguns dias e tomou a decisão de sair do país acompanhada do marido. A viagem para o exterior ocorreu dias depois.

O Psol não divulga o destino da assessora para garantir sua segurança.

Depoimento

Carro da vereadora com marcas de tiro e vidros estilhaçados foi levado para a DH, após perícia inicial - Maíra Coelho / Agência O Dia.

Quando depôs à Polícia Civil, ainda na madrugada de 15 de março, a única sobrevivente da ação criminosa que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes contou não ter percebido que o veículo em que estavam era seguido, nem ter visto nenhum carro ou moto próximos.

Assim que o veículo em que estavam entrou na Rua João Paulo I, onde aconteceu o crime, a assessora, que estava distraída falando ao telefone celular, ouviu o barulho dos tiros, que pareciam vir de trás, na diagonal.

Polícia investiga origem de cápsulas usadas no crime - Maíra Coelho / Agência O Dia

Segundos antes, Marielle havia dito "Ué?", em tom de dúvida, contou a assessora à polícia. No momento dos disparos, o motorista disse "Ai". A sobrevivente se abaixou para tentar se proteger e Marielle, que usava cinto de segurança, tombou sobre ela. O veículo, que trafegava devagar, seguiu desgovernado até que a própria assessora conseguiu se esticar e acionar o freio de mão.

Dois dias após o crime, a assessora publicou nas redes sociais uma homenagem à vereadora. "Estou viva, mas a alma oca. A carne, ainda trêmula, não suporta a dor que serpenteia por dentro, num looping sem fim. Minha amiga, na tentativa de calarem a sua voz, a ampliaram ensurdecedoramente, em milhares de bocas. Para sempre #MarielleVive", escreveu.

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