Marielle Franco - Divulgação
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Por O Dia

Rio - O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ) suspendeu a medida que determinava que o Facebook excluísse todas as postagens ofensivas à vereadora Marielle Franco (Psol). Divulgada na manhã desta sexta-feira, a decisão do desembargador Luiz Fernando Pinto, da 25ª Câmara Cível, prevê que a rede social retire do ar apenas as publicações informadas pela família da parlamentar. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos, no Estácio, no mês passado. Desde então, os parentes das vítimas têm recebido diversas mensagens ofensivas e com conteúdos falsos. 

Na nova decisão, o desembargador também suspendeu o fornecimento e monitoramento indiscriminado de registros de perfis e páginas não indicadas no processo. Luiz Fernando afirmou que "o Facebook já cumpriu com o que era viável, com a retirada das postagens que foram identificadas no processo, mas que não cabe ao site localizar os conteúdos ofensivos, já que é uma questão subjetiva que deve ser apontada pelas autoras do processo".

Desembargadora pede desculpa a Marielle em carta

Um mês após dizer que a vereadora "estava engajada com bandidos", a desembargadora Marília Castro Neves publicou uma carta pedindo desculpas à vereadora, nesta quarta-feira. O texto é direcionado à professora Débora Seabra. No mês passado, a magistrada questionou como professores com Síndrome de Down poderiam ensinar em sala de aula.

"Estou escrevendo para agradecer a carta que você me mandou e lhe dizer que suas palavras me fizeram refletir muito. Bem mais do que as centenas de ataques que recebi nas últimas semanas. Tenho sofrido muito desde que fui atropelada pela divulgação de comentários meus, postados em grupos privados (...). Perdão, Débora, por ter julgado, há três anos atrás, ao ouvir de relance, no rádio do carro, uma notícia na Voz do Brasil, que uma professora portadora de Síndrome de Down seria incapaz de ensinar. Você me provou o contrário", escreveu a desembargadora.

Em relação à vereadora, a magistrada pediu desculpas e admitiu que reproduziu as informações da Internet sem checar antes a veracidade. "No afã de rebater insinuações, também sem provas, na rede social de um colega aposentado, de que os autores seriam policiais militares ou soldados do Exército, perdi a oportunidade de permanecer calada. Nesses tempos de fake news temos que ser cuidadosos", completou.

Na mesma carta, a desembargadora também citou o deputado federal Jean Wyllys (Psol). Em uma publicação em rede social, ela havia afirmado que o parlamentar merecia ir para um paredão (de fuzilamento) "embora não valha a bala que o mata". Sobre a postagem, na época, Marília disse que fez "uma ironia com o apoio declarado do deputado ao regime cubano" e que não defende "o paredão".

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