Moradores reclamam da onda crescente de crimes na Tijuca - Maíra Coelho / Agência O Dia
Moradores reclamam da onda crescente de crimes na TijucaMaíra Coelho / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Moradores e comerciantes da Tijuca, na Zona Norte do Rio, reclamam dos constantes assaltos ocorridos no bairro. Já foram três casos, dois em menos de 24 horas. Na manhã desta sexta-feira, a cabeleireira A.C.B, de 40 anos, imobilizou um homem, na Rua Conde de Bonfim. O crime aconteceu a 200 metros de onde Valdisa Mota de Souza, de 59 anos, foi morta numa tentativa de assalto dentro da papelaria Kalunga, há três dias. 

A dona do salão com 15 funcionários e onde a cabeleireira trabalha disse que tem o estabelecimento há nove anos e mora na Tijuca há 14. Segundo ela, o bairro vive sua pior fase pelo número crescente de crimes. "Este ano é o pior momento aqui na Tijuca por falta de segurança. O policiamento só é feito na Saens Pena e na Uruguai", disse, revelando que depois das 17h ela tranca o salão e só deixa entrar quem conhece.

Nas segundas-feiras o espaço é fechado às 19h "porque não tem ninguém na rua, nem policiamento". Outros comerciantes que ela conhece já foram assaltados. "Não tem segurança para os Tijucanos, eles estão audaciosos, assaltam dentro de ônibus, derrubam senhora na rua e ninguém faz nada. Sou comerciante e não posso ter segurança armado porque senão eu vou responder. Infelizmente hoje foi o dia dela, e amanhã será outro outro e outro", contou.

O casal de aposentados Lurdes Siqueira, de 75 anos, e Paulo Laphart, de 64, que mora no bairro há oito anos, saía do banco onde aconteceu a tentativa de assalto e ficou assustado quando soube do ocorrido. Ela disse que sente muito medo e que, há uns dois anos, só fica dentro de casa e vai para rua somente quando necessário. Até atividades de lazer, como cinema ou teatro, foram excluídas da rotina e só saem juntos.

"Não temos mais segurança na Tijuca. Eu não sei pra que essa intervenção serve, já que não resolvem nada" , disse, revelando que estava próximo da papelaria quando Valdisa foi morta no estabelecimento. "E um dia antes fui à Kalunga comprar um carregador para o celular", falou.

"É muito triste na nossa idade ter que ficar sitiado em casa. Eu andava sozinho, fazia tudo na Tijuca sozinho e hoje em dia eu tenho medo do que pode acontecer comigo", disse Paulo, marido de Lurdes.

Você pode gostar