Rio - Cento e quatorze dos 137 presos em operação contra a milícia deixaram o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira. As famílias dos detentos foram esperá-los em frente à cadeia desde o início desta manhã. Nesta quarta-feira, eles ganharam liberdade após uma decisão do juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz. No último dia 19, o magistrado já havia revogado a prisão preventiva do artista de circo Pablo Dias Bessa Martins, também detido na operação policial.
Os detidos foram soltos ao longo do dia, por ordem alfabética. O TJ explicou que foram expedidos os alvarás de soltura de cada preso, pois não é um alvará único. "Trata-se de um processo que não tem como ser tão rápido, já que todos devem ser expedidos e assinados individualmente. De qualquer forma, mesmo após a chegada dos alvarás, há procedimentos também a serem realizados pela Seap, que fica na ponta final destes procedimentos até a saída dos presos", completou, em nota, mais cedo.
Na operação policial do dia 7 de abril, houve apreensão de 24 armas de fogo, entre elas fuzis, pistolas, revólveres, granada, 76 carregadores, 1.265 munições de calibres variados, coletes balísticos, fardamentos e toucas ninjas. Também foram apreendidos 11 veículos.
De acordo com o advogado Leonardo Souza, o Ministério Público verificou a existência de diversos excessos cometidos pela Polícia Civil na ação em Santa Cruz, e com um processo de filtragem está tentando salvar parte da operação. Leonardo é advogado de Renato Moraes Junior, um dos 137 presos que tiveram a prisão preventiva revogada. "A liberdade foi concedida. Vamos trabalhar para a punição dos culpados. O MP está fazendo uma manobra para encobrir os erros cometidos", contou, dizendo que a ele e a família de Leonardo vão buscar o detido nesta quinta-feira. Em nota, a Defensoria Pública informou que a decisão "corresponde ao início da correção dos graves erros e injustiças ocorridos na operação".