Polícia Militar recebeu ontem o reforço de 262 viaturas na frota para aumentar patrulhamento nas ruas - Maíra Coelho
Polícia Militar recebeu ontem o reforço de 262 viaturas na frota para aumentar patrulhamento nas ruasMaíra Coelho
Por O Dia

Rio - Dezenove das 38 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) serão extintas. A decisão foi tomada, nesta quinta-feira, pelo Gabinete da Intervenção Federal no Rio, durante reunião entre oficiais do Exército e da cúpula da Polícia Militar. Quando criado, o projeto de pacificação foi apresentado pelo governo Sérgio Cabral com a ideia de retirar o poderio de traficantes de drogas em áreas conflagradas. 

Os agentes que trabalham nas UPPs serão realocados nos batalhões da área em que atuavam. Entre as comunidades que terão as UPPs desativadas estão a do São Carlos, no Estácio, Batan, em Realengo, e a da Mangueirinha, em Duque de Caxias, a única da Baixada Fluminense e

A Seseg reafirmou que os programas sociais serão mantidos e que o realinhamento visa fortalecer a segurança das comunidades, além da melhoria das condições de trabalho dos policiais.

A escolha pelas UPPs que deixarão de existir, para virar Companhias Destacadas, foi feita após estudos mostrarem que elas estão em áreas onde ocorrem intensos tiroteios e onde forças de segurança já perderam completamente o controle.

A primeira UPP foi criada em dezembro de 2008 e tornou-se um símbolo do processo de pacificação em favelas cariocas. No Morro Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul, moradores e comerciantes festejaram a criação da unidade. Milhares de turistas, inclusive, visitaram a favela nos primeiros anos após a PM marcar território na comunidade. A última UPP criada foi a da Vila Kennedy, em maio de 2014. Em muitas dessas regiões, os índices de criminalidade caíram drasticamente.

O projeto, que também foi muito criticado por especialistas de segurança, começou a ruir de vez em 2013, quando os investimentos tornaram-se raros e insuficientes. Antes disso, porém, em algumas dessas comunidades, traficantes já exibiam armas de grosso calibre e ignoravam a presença policial. Muitos PMs, inclusive, eram obrigados a trabalhar em contêineres improvisados.

O DIA mostrou o problema em agosto

Em 17 de agosto do ano passado, O DIA antecipou detalhes de um relatório da Segurança do Rio, que mostrava as dificuldades enfrentadas pela polícia para atuar em áreas com UPPs. Na ocasião, a reportagem trazia a informação de que a polícia não conseguia atuar em quase um terço do total do território que deveria ser ocupado pelas Unidades de Polícia Pacificadora implantadas. Na UPP mais comprometida, a Nova Brasília, no Complexo do Alemão, a mobilidade dos policiais só era possível em apenas 24% da área da unidade.

PM recebe mais de 200 viaturas 

Também nesta quinta-feira, a Polícia Militar recebeu 265 viaturas.  A cerimônia de entrega dos veículos ocorreu, nesta manhã, em frente ao Monumento Mundial aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Parque do Flamengo, Zona Sul do Rio. Os novos carros reforçarão a frota da corporação em diversos pontos do estado, principalmente em vias expressas, na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio.

Porta-voz da PM, Ivan Blaz contou ainda que 140 policiais de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) serão realocados para o 9º BPM (Rocha Miranda), 20º BPM (Mesquita) e 7º BPM (São Gonçalo). No lugar entrarão 400 recrutas. Blaz destacou que a corporação priorizou áreas onde há maior índice de criminalidade.

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