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Ex-dono da Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish foi condenado ontem a quatro anos de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. A sentença foi do juiz federal Marcelo Bretas na ação penal da Operação Saqueador, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio.

Inicialmente, Cavendish cumprirá a pena em regime semiaberto. Além dele, outras 14 pessoas também foram condenadas, incluindo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No despacho, de 205 páginas, o magistrado afirmou que Cavendish era o "grande beneficiário das práticas de lavagem de dinheiro".

Em 2016, o Ministério Público Federal indicou que o esquema de corrupção desviou R$ 370 milhões dos cofres públicos por meio de caixa dois da Delta para as empresas de Carlinhos Cachoeira e de Adir Assad. Cachoeira pegou nove anos e seis meses de reclusão. O empresário admitiu que o dinheiro foi usado para pagar propina ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que está preso. Ele não é réu nesse processo.

Cavendish disponibilizou R$ 375 milhões em créditos da Delta para a Justiça Federal. A devolução do dinheiro reduziu sua pena em três anos e nove meses. Em agosto, o empresário afirmou à Justiça que acertou pagamento de 5% de propina pedida por Cabral para que a Delta fizesse parte do consórcio do Maracanã para a Copa 2014. O ex-governador negou ter atuado na escolha das empresas. Ele ainda classificou como "presente de puxa-saco" o anel de 220 mil euros dado a sua esposa, Adriana Ancelmo, por Cavendish, em 2009.

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