Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - No primeiro dia útil à decisão da Justiça que apreendeu 98 ônibus, da frota de 130, da Viação Paranapuan, responsável por 17 linhas da Ilha do Governador, o que se viu nesta segunda-feira no bairro foram pontos cheios, passageiros frustados e bandalhas do transporte alternativo. Vans e até carros particulares aproveitam a escassez de ônibus para faturar, cobrando R$ 10 por pessoa nas viagens.

Pouco mais de 30 ônibus da Paranapuan, que fazem trajeto para o Centro e Zona Norte, saíram às ruas nesta segunda. Na sexta-feira, a Justiça de São Paulo determinou a apreensão de parte da frota porque a empresa comprou e não pagou. "Quando passam, os ônibus caem aos pedaços", criticou a decoradora Eli Ferraz, 72 anos.

O administrador Anderson Neves, 30, reclamou da bagunça das vans legalizadas, piratas e motoristas particulares que se aproveitaram da situação. "Como alguns ônibus da Paranapuan, que vão até o extremo na Ilha, não passam mais, temos que nos arriscar nas 'lotadas'. Muitas vezes, esses motoristas retiram os validadores e cobram o preço que querem", afirmou Neves, que ficou mais de uma hora no ponto ontem. "Tem motorista de van cobrando R$ 10 em um trajeto de 10 minutos", disse outro passageiro que não quis se identificar. Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes informou que, nos últimos seis meses, aplicou 209 multas por irregularidades em vans e 1.533 em carros de passeio.

O Consórcio Internorte responsável pela Paranapuan foi multado pela prefeitura 98 vezes. Os principais motivos foram: frota abaixo do determinado, inoperância de linha, falta de vistoria e má conservação. De todas as infrações, apenas quatro foram pagas. O consórcio declarou que o plano emergencial a ser acionado está limitado por conta da crise no setor e que está tomando medidas judiciais para reverter a decisão, pois acaba trazendo graves prejuízos à população.

O DIA solicitou entrevista com o secretário de transportes, Diógenes Dantas Filho, à frente do cargo desde abril, mas a pasta informou que ele ainda está se inteirando sobre o caso.

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