Enterro do estudante Guilherme Henrique Pereira de 14 anos, morto perto da Vila Vintém por um carro que passou atirando - Maíra Coelho / Agência O Dia
Enterro do estudante Guilherme Henrique Pereira de 14 anos, morto perto da Vila Vintém por um carro que passou atirandoMaíra Coelho / Agência O Dia
Por NADEDJA CALADO

Rio - O homicídio do adolescente Guilherme Henrique Pereira, de 14 anos, completou 72h, e até agora a família não foi procurada pela Polícia Civil. "Fui até a cena do crime, vi as marcas de tiros na parede, vi as casas que têm câmeras e vim embora, esperando alguém da Delegacia de Homicídios me ligar. E até agora nada", lamentou o pai da vítima, Roberto Carlos Ribeiro Natal, 50.

A família enterrou o filho na manhã da última sexta-feira, sem nenhuma resposta sobre as motivações do crime. A família está reunida em casa neste fim de semana, rezando e aguardando notícias da polícia. "Parentes vieram dar uma força, o pessoal da igreja também vem fazer orações. Minha esposa finalmente comeu um pouquinho hoje, eu não comi", contou Roberto.

Eles se preparam para voltar à rotina diária. A irmã caçula de Guilherme, que tem 10 anos de idade, deve voltar à escola pública onde estuda já na segunda-feira: "Ela está mais calma, mas quietinha, na dela. E a direção do colégio vai arrumar um psicólogo para ela, que vai precisar", disse o pai. Roberto Carlos, que é cozinheiro, também deve voltar ao trabalho nesta semana. "Queria falar com algum delegado que vá investigar o caso, não sei de nada que está acontecendo. Estão investigando?", indagou.

Guilherme morreu na noite da última quarta-feira após ser baleado. Ele estava de bicicleta, voltando para casa, por volta das 20h, quando bandidos em um carro cinza abriram fogo na Rua Marechal Falcão da Frota, em Realengo, na Zona Oeste. O ataque também feriu outro adolescente de 16 anos, Matheus Atheus de Pereira de Azevedo, amigo de Guilherme; e Carlos Antônio Lima Correia, de 34 anos que, segundo testemunhas tem um grau de deficiência intelectual. Matheus passou por cirurgia e está estável, e Carlos permanece em observação, também estável.

O crime aconteceu no mesmo dia em que Marcos Vinicius da Silva, também de 14 anos, morreu baleado durante uma operação da Polícia Civil no Complexo da Maré. 

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