Rio - O metalúrgico Daniel Silvério Bragança, de 34 anos, teve 85% do corpo queimado durante uma explosão dentro da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no Sul Fluminense. A equipe médica que o atende na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de Volta Redonda avalia se Daniel Silvério Bragança, de 34 anos, teria condições de ser transferido para uma unidade especializada em queimados em São Paulo, já que seu estado é gravíssimo. A transferência seria realizada de helicóptero.
O acidente aconteceu na tarde desta terça-feira. Em nota, a empresa lamentou o ocorrido e informou que o acidente ocorreu durante uma atividade de manutenção na área de Laminação a Frio. "Houve um curto circuito em um transformador, o que ocasionou queimaduras no colaborador", ressaltou o texto, garantindo que a CSN está prestando todo auxílio ao funcionário e sua família e que as causas do acidente estão sendo investigadas.
Em meados de abril, pela segunda vez num espaço de 20 dias, um incidente de grandes proporções assustou a cidade, com estrondo, densa fumaça e fogo. Não houve feridos. Na ocasião, a CSN esclareceu que uma falha mecânica em um dos quatro regeneradores do Alto-Forno 3, provocou um incidente. E que não havia trabalhadores no local naquele momento.
Sindicalistas cobram a volta do Programa Acidente Zero (PAZ) , extinto com a privatização da CSN, em 1993. Antes, uma comissão que integrava trabalhadores, líderes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), e representantes do sindicato, tinha acesso a todo o processo de produção dentro da empresa. A comissão, inclusive, tinha autonomia para acionar o Ministério Público, fiscais do Ministério do Trabalho e até a polícia, se fosse necessário, e parar equipamentos que apresentavam sinais de problemas. Solicitado pelo DIA, a CSN não informou a quantidade de operários feridos em acidentes este ano.
Acidentes envolvendo empregados da CSN vem sendo alvos de críticas de sindicalistas da oposição sindical, que desde o início do ano pedem aos órgãos de fiscalização e prevenção de acidentes, além de agentes da Justiça e de defesa do Meio Ambiente, fiscalização mais rigorosa nas áreas de produção da Usina Presidente Vargas (UPV). A intenção é prevenir ocorrências de mortes e acidentes que, segundo registros, vêm se repetindo com mais frequência no interior da Usina Presidente Vargas, principalmente a partir de 2015.