Romário Faria (Podemos) pediu votos na Central do Brasil - Divulgação
Romário Faria (Podemos) pediu votos na Central do BrasilDivulgação
Por Cássio Bruno e Beatriz Peres

Rio - No dia em que a intervenção federal no Rio de Janeiro fez seis meses, os principais candidatos ao governo escolheram ontem a segurança como tema para começar a campanha. De janeiro a julho, o estado registrou 3.094 homicídios dolosos (com intenção de matar), média de 14,5 mortes por dia. Em 2017, foram 5.332, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública.

O senador Romário Faria (Podemos) pediu votos na Central do Brasil, acompanhado do vice da chapa, Marcelo Delaroli (PR), e do candidato ao Senado, Miro Teixeira (Rede). "A primeira providência será colocar a Polícia Militar nas ruas para fazer um policiamento ostensivo e, automaticamente, diminuir roubo de cargas, roubo de carros e assaltos", disse Romário.

Ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM) visitou o 20° BPM (Mesquita) e se reuniu com o comandante do Estado Maior da PM, coronel Henrique Pires, e o comandante do 3° Comando de Policiamento de Área (CPA), coronel Sérgio do Carmo Schalioni, responsável pelo policiamento da Baixada.

Eduardo defendeu a permanência das Forças Armadas no combate à violência. Ele disse também ter a intenção de trabalhar em conjunto com o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), seu adversário político, e tentou minimizar sua relação com o amigo e ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso na Operação Lava Jato por corrupção e outros crimes. "A gente tem clareza de que essa é uma área que tem que intervir de maneira muito forte e contundente e assumir o comando da Segurança Pública, com as Forças Armadas nos auxiliando. Isso será um pedido que eu farei pessoalmente, quando terminar a intervenção", ressaltou.

Cidade mais violenta

O deputado federal Indio da Costa (PSD) caminhou em Queimados ao lado do vice da chapa, Zaqueu Teixeira, ex-chefe da Polícia Civil do governo Benedita da Silva (PT). O município foi considerado o mais violento do país pelo Atlas da Violência 2018, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A taxa de mortes violentas é de 134,9 para cada cem mil habitantes.

"A prioridade é investir na Segurança Pública com investigação e equipamentos. É a investigação que vai evitar as mortes que estamos vendo", disse Indio.

O ex-governador Anthony Garotinho (PRP) fez campanha na Praça do Relógio, em Duque de Caxias. Ao lado da vice da chapa Leide (PRB), o candidato subiu em um trio elétrico e atacou o adversário Paes. Segundo Garotinho, o ex-prefeito fez parte do que ele chamou de "quadrilha do guardanapo", alusão ao episódio em 2012, quando secretários de Cabral e empresários apareceram em fotos com guardanapos na cabeça em Paris. À época, as imagens foram divulgadas pelo Garotinho. Paes, no entanto, não aparecia no grupo.

"Quero ver se ele (Paes) vai ter coragem de mostrar seus padrinhos", disse Garotinho, referindo-se aos aliados de Cabral que foram presos. Garotinho foi preso três vezes acusado de compra de votos. Até o fechamento da reportagem, a assessoria de imprensa de Paes não havia respondido.

Com uma camisa escrito 'Lula livre', a professora e filósofa Marcia Tiburi (PT) pediu votos em Madureira. Ela fez caminhada com o vice Leonardo Giordano (PCdoB) e com os candidatos à reeleição, senador Lindbergh Farias (PT) e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB).

Ciro e Bernadinho viram cabos eleitorais 

Candidato ao governo do Rio, o deputado estadual Pedro Fernandes (PDT) começou a campanha ao lado do presidenciável Ciro Gomes (PDT), em Irajá, na Zona Norte. No ato, ele prometeu acabar com os postos de vistoria do Detran para investir em escolas de tempo integral e nos setores de inteligência e tecnologia das polícias.

"O problema do Rio não é dinheiro, é falta de gestão. Só para manter os cabides de empregos, o governo gasta mais de R$ 1 bilhão por ano. Com a redução (da folha de pagamento), economizarei mais de R$ 550 milhões para combater a criminalidade e melhorar a Educação", ressaltou.

O vereador Tarcísio Motta (Psol), outro postulante ao Palácio Guanabara, percorreu a Avenida Rio Branco, no Centro. Sem dar detalhes da proposta para o setor, ele afirmou que irá mudar a política de segurança.

O advogado Marcelo Trindade (Partido Novo) foi às ruas acompanhado do técnico de vôlei Bernardinho, que desistiu de concorrer ao governo do Rio a pedido da família. Trindade falou em "renovação na política". Ele é o mais rico entre os 12 candidatos, com R$ 82,9 milhões em bens declarados à Justiça Eleitoral.

O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) viajou de trem de Santa Cruz à Central com o candidato ao Senado, pastor Everaldo Pereira (PSC).

Garotinho lembra a ‘quadrilha dos guardanapos’

NO ex-governador Anthony Garotinho (PRP) fez campanha na Praça do Relógio, em Duque de Caxias. Ao lado da vice da chapa Leide (PRB), o candidato subiu em um trio elétrico e atacou o adversário Eduardo Paes. Segundo Garotinho, o ex-prefeito fez parte do que ele chamou de “quadrilha do guardanapo”.

Foi uma alusão ao episódio ocorrido em 2012, quando secretários estaduais da gestão de Sérgio Cabral e empresários apareceram em fotos com guardanapos na cabeça em Paris. À época, as imagens foram divulgadas pelo próprio Garotinho. Paes, no entanto, não aparecia no grupo. “Quero ver se ele (Eduardo Paes) vai ter coragem de mostrar seus padrinhos”, disse Garotinho, referindo-se ao antigo grupo político de Paes, que inclui Cabral e os ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Rio Jorge Picciani e Paulo Mello, ambos do MDB, e também presos Operação Cadeia Velha, braço da Lava Jato no Rio.

Garotinho foi preso três vezes acusado de compra de votos. Até o fechamento da reportagem, a assessoria de imprensa de Eduardo Paes não havia respondido.

Com uma camisa escrita a frase ‘Lula livre’, a professora e filósofa Marcia Tiburi (PT) pediu votos em Madureira, na Zona Norte. Ela fez caminhada com o vice Leonardo Giordano (PCdoB) e com os candidatos à reeleição, senador Lindbergh Farias (PT) e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). Ela defendeu a participação do ex-presidente, condenado por corrupção em segunda instância, nas eleições deste ano.

 

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