Propaganda na TV começa nesta sexta - Reprodução / Band
Propaganda na TV começa nesta sextaReprodução / Band
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - Oito dos 12 candidatos ao governo do estado se encontraram, na noite desta quinta-feira, no primeiro debate das eleições deste ano na TV. O evento aconteceu nos estúdios da Band, em Botafogo, na Zona Sul, e durou mais de duas horas e meia. Estiveram presentes Anthony Garotinho (PRP), Eduardo Paes (DEM), Índio da Costa (PSD), Márcia Tiburi (PT), Pedro Fernandes (PDT), Romário (Podemos), Tarcísio Mota (Psol) e Wilson José Witzel (PSC).

Os candidatos começaram comentando a intervenção federal na segurança pública do Rio, iniciada em fevereiro. Todos eles criticaram o modelo, apontando falta de planejamento e de resultados da ação federal.

Para Garotinho, "a intervenção não disse a que veio". "Tinha que ter planejamento, com modernização da polícia, e transformação de presídios em unidades prisionais de trabalho", afirmou.

Romário disse que apoiou a intervenção como senador, mas não pretende prorrogá-la, caso seja eleito.

Pedro Fernandes não acredita que a intervenção seja solução para o Rio, "e sim integração, numa força-tarefa com o governo federal".

Indio da Costa disse que a intervenção é "um engodo" e que "entre a polícia e o bandido, esse governador vai ficar do lado da polícia".

Witzel afirmou que "quem estiver portando um fuzil" será abatido pela polícia num eventual governo seu.

Paes, ex-prefeito da capital, defendeu a permanência das Forças Armadas no Rio, mas sob o comando do governador e não de um interventor federal, "evitando a tomada de novos territórios e conflitos entre gangues".

Marcia se disse "absolutamente contrária á intervenção" porque a medida não resultou na redução dos crimes.

Tarcisio classificou a iniciativa de uma "jogada eleitoreira do (presidente Michel) Temer". "Até quando a gente vai insistir nessa política de confronto, que vê a favela como inimiga?", indagou.

Os candidatos começaram comentando a intervenção na segurança do Rio - Reprodução / Band

Corrupção

O ex-governador Sergio Cabral (MDB) e o extenso esquema de corrupção atribuído a ele no exercício de seus dois mandatos (2007-2014) foram tema recorrente do debate desta quinta.

Anthony Garotinho apontou a antiga aliança política entre Cabral e Eduardo Paes, ex-prefeito da capital. Romário Faria e Indio da Costa também lembraram dos crimes dos quais o ex-governador é acusado.

Garotinho disse que denunciou "uma organização criminosa que atuou fortemente no estado". Referindo-se a Paes, o ex-governador disse que "o povo do estado tem que arrancar a máscara desse candidato que está aqui. Tem um candidato aqui se escondendo para não dizer que é o candidato de Cabral, do Pezão e do (ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge) Picciani (em prisão domiciliar, por corrupção)".

Paes contra-atacou desqualificando Garotinho e pontuando que ele já foi preso (por crimes eleitorais).

Indio também criticou a gestão Paes na prefeitura. "O modelo de propina (na gestão Paes) era igual ao do governo do estado, tratado como 'taxa de oxigênio'. Ali foi terra arrasada, não deixou um centavo para o atual prefeito. A Olimpíada foi um engodo".

Respondendo sobre as dificuldades por que passam as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Romário afirmou que a saúde "é a pasta do governo que é mais assaltada por esses bandidos do nosso estado" e defendeu uma auditoria para abrir a "caixa preta" do setor.

Se Garotinho polarizou com Paes, Indio e Fernandes tiveram seus momentos de animosidade, trocando farpas sobre números referentes à máquina do estado.

Garotinho tentou associar Paes a Cabral - Reprodução / Band

Associação com Cabral

O ex-prefeito do Rio também tentou se defender também dizendo que irá fortalecer sistemas de controle para combater a corrupção e procurou se afastar da imagem de aliado do ex-governador. "Eu respondo pelo meu CPF, por aquilo que fiz. Tenho muito orgulho do que foi feito em oito anos. Não tive nenhuma interferência de Cabral ou (do atual governador e sucessor de Cabral, Luiz Fernando) Pezão. Meu governo será muito diferente do que está aí", afirmou Paes, que era do MDB. "É só acusação, não faz sentido".

Referindo-se aos "governos mafiosos que levaram o Rio para o buraco", Tarcisio disse que "todo mundo sabe" que Paes "é cria do Cabral". "Você saiu do MDB, mas o MDB não saiu de você. Você tem até apelido na lista da Lava Jato, é 'o Nervosinho'. Queremos acabar com o toma lá, dá cá".

Antes, Garotinho acusou Paes e seus parentes de enriquecimento ilícito e apontou que "ele anda com quem bate em mulher", em alusão a seu antigo aliado Pedro Paulo Carvalho, que agrediu a ex-mulher. Lembrou também que Alexandre Pinto, secretário de Obras de Paes, responde a ações penais da Lava Jato.

Assista ao debate na íntegra!

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