Os dois acusados vão ser ouvidos por meio de teleconferência  - Guilherme Cunha/Alerj/DIVULGAÇÃO
Os dois acusados vão ser ouvidos por meio de teleconferência Guilherme Cunha/Alerj/DIVULGAÇÃO
Por Agência Brasil

Rio - A mudança na equipe do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encarregada das investigações sobre a execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março, não vai afetar a elucidação do caso. A afirmação é do subprocurador-geral de Administração do MPRJ, Eduardo Lima Neto, após participar de uma reunião nesta quarta-feira com a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha o andamento do processo de investigação.

Ao anunciar a mudança na noite de ontem (21), o Ministério Público informou que a promotora Letícia Emili assumirá as funções de Homero das Neves Freitas Filho, que está à frente do caso desde o início, no dia 1º de setembro. Homero foi promovido a procurador de Justiça pelo Conselho Superior do MPRJ.

A promotora Letícia Emili também participou da reunião com os deputados federais, mas não conversou com a imprensa. Para Lima Neto, a decisão de Letícia de trabalhar com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), duas estruturas do MPRJ, é apenas uma questão de metodologia e não altera a eficiência do trabalho.

“A questão é que o MP respeita o promotor natural e, nesse caso, a promotora que cuidará desse caso, por uma questão de metodologia, ao invés de montar uma força-tarefa, ela prefere contar com a colaboração do Gaeco. É apenas um tipo de metodologia que um ou outro profissional possui”, disse Lima Neto.

Com relação à sugestão do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de que a investigação passe para a esfera federal, o subprocurador disse que já há integração na investigação. “O MP não se opõe à participação de todas as forças de segurança e de inteligência para a elucidação desse caso. É importante, é cobrado no Brasil e no exterior. O que ficou dito é que de fato já existe a colaboração da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal nesse caso. Foi dito com muita clareza pelo delegado que conduz a investigação”.

O diretor da Divisão de Homicídios (DH), delegado Fábio Cardoso, também presente à reunião, disse que a troca da equipe não vai alterar a boa relação que a divisão sempre teve com o Ministério Público, e que a integração com as equipes federais ocorre desde o início da investigação.

“A DH já tem uma expertise de longa data de investigar homicídios aqui no Rio [de Janeiro]. Temos todo o apoio da chefia de polícia, da Secretaria de Segurança, da intervenção. Estamos tendo desde o início apoio da inteligência, da parte técnica pericial, de outros órgãos, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das forças militares. Desde o início até este momento não estamos com nenhuma carência de questão técnica ou de inteligência na apuração desse caso”.

Comissão Parlamentar

O delegado Fábio Cardoso destacou que a reunião de hoje foi a terceira que teve com a comissão de deputados e que tudo que é possível informar está sendo divulgado.

“Há um sigilo que por lei nós temos que guardar. Desde o início, pelo grande interesse mundial dessa investigação, para preservar testemunhas, familiares da Marielle e do Anderson, e também garantir o êxito da investigação, foi necessário manter o sigilo. Hoje foi explicado para eles [comissão parlamentar] o que é possível divulgar”.

Os deputados informaram que a Comissão Externa vem acompanhando o caso desde o início e, pela primeira vez, conseguiu reunir os delegados responsáveis pela investigação e o MPRJ. Os parlamentares disseram que está em análise na comissão um requerimento para que a investigação sobre o caso Marielle passe para a esfera federal, mas que tanto o MPRJ quanto a Polícia Civil se mostraram contrários à medida. 

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