David Assis confessou o crime - Divulgação
David Assis confessou o crimeDivulgação
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - O homem que assassinou a facadas Maria Luzia da Silva, de 69 anos, e suas netas Ana Clara da Silva Castro, 7, e Ana Carolina da Silva Castro, 6, na Cidade de Deus, no último sábado, cometeu os crimes por se sentir "menosprezado". Essa foi alegação que ele deu em sua confissão na Delegacia de Homicídios (DH), segundo o delegado Luís Otávio Franco. David Assis Moraes, de 38 anos, vai responder por triplo homicídio qualificado por motivo fútil, além do agravante do uso da arma branca.

David foi até a casa da idosa para entregar à filha da vítima um currículo para uma vaga de emprego, por volta das 22h de sábado. Ele começou a conversar com Maria Luzia, uma das moradoras mais antigas da Cidade de Deus, quando ficou "irritado" por ela dizer "coisas que não o agradaram".

"Ele teve um relacionamento de nove anos com um homem. Essa senhora teria dito que dito que o ex dele estaria numa vida muito melhor do que com ele, financeiramente e afetivamente. Ele disse que começou a se sentir menosprezado, porque ela estava apontando os defeitos dele. O autor disse que 'subiu uma raiva'. Quando pediu um cigarro, ela falou que 'ele não tinha dinheiro nem para o cigarro'. Ele se levantou para pegar água na cozinha, viu e pegou a faca, foi até o quarto e esfaqueou a idosa", narrou o delegado Luis Otávio. Apesar do crime, David disse que considerava a idosa "como uma mãe" por ser rejeitado pela biológica. O assassino chegou a viver sob o mesmo teto de Maria Luzia.

 

Após o homem esfaquear a vítima, Ana Clara e Ana Carolina, as duas netas, começaram a gritar. Foi quando David decidiu matar também as duas crianças. Dando detalhes do crime contra as três, ele disse que a idosa ainda "se mexeu" em direção a porta e ele a arrastou até o meio da sala. Em seguida ele saiu, trancou a casa e fugiu. À polícia, ele alegou que bebeu antes do crime, mas que tinha sido pouco e que estava "lúcido". Entretanto, disse não saber "como a raiva tomou conta dele".

Depois  de deixar a cena do crime, ele foi para um bar, onde disse que bebeu por cerca de três horas e brigou com um primo. Na alegação outro motivo fútil: o parente pediu dinheiro e ele disse que não tinha, sendo questionado em seguida como pagaria a bebida.

Após a briga, David foi para a casa de um tio na própria Cidade de Deus e chegou a dizer que discutiu com a idosa, mas não mencionou o crime. Após as "confusões" relatadas pelo assassino, esse familiar o internou em uma clínica em Campo Grande por conta dos problemas com a bebida. 

Medida protetiva da própria mãe

David Assis tinha um mandado de prisão em aberto, de acordo com a DH, por descumprir uma medida protetiva contra a própria mãe, após agredir ela e a companheira dela durante uma discussão. A Justiça determinou o afastamento, mas ele tentou se aproximar dela, quando foi expedida a ordem de prisão, em 2016.

Após descumprir a medida protetiva, David deixou o Rio e foi morar em outros estados, como Minas Gerais e São Paulo. Ele estava no Rio há cerca de um mês. Em seu depoimento, ele alegou que se sentia menosprezado por ser "negro, pobre e homossexual."

 

 

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