Edson Lima - Reprodução / Internet
Edson LimaReprodução / Internet
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O corpo do subtenente da Marinha Edson de Souza Maia, de 49 anos, será enterrado no começo da tarde desta sexta-feira, no Cemitério Municipal de Magé, na Região Metropolitana do Rio. O oficial foi assassinado, na manhã de ontem, após deixar a filha de 12 anos na escola, quando foi alvo de uma tentativa de assalto em Itaboraí.

Durante o ataque, o militar foi desarmado e morto com quatro tiros disparados da própria arma. O carro de Edson, um Fiat Uno cinza, e a pistola foram levados pelos criminosos.

Muito abalada, a técnica bucal Viviane Carla da Silva Amaro, 40 anos, esposa de Edson, conversou com o DIA, nesta manhã. "Não estou acreditando. Até agora, a ficha não caiu. Minha pressão está alta e eu não consigo comer nada. Tiraram o meu bem mais precioso", lamenta. O casal estava juntos há 15 anos.

A esposa do militar disse que trocou mensagens pelo WhatsApp, mas depois marido parou de responder - Maíra Coelho

Ontem, a mulher descobriu que está com três cistos no útero e terá que retirar o órgão. Ao DIA, ela disse que não teve tempo de contar a descoberta para o marido.

Pensando no futuro da filha caçula de 12 anos, o subtenente iria se mudar com a família para Portugal em 2019. Ele fazia planos para vender a casa, no bairro Retiro São José, em Itaboraí, e o carro que foi roubado pelos criminosos. Planos e vida foram interrompidos pela violência.

"Para o próximo ano, por conta da violência, tínhamos planos de irmos embora para Portugal. Já estávamos começando a planejar. Iríamos colocar a casa e o carro a venda pra poder ir embora", lembra a companheira de Edson.

Segundo Viviane, a filha ficou sabendo que o pai tinha sido morto ainda dentro da escola. "Ela chora muito e me diz: 'Mãe, por favor, eu não estou acreditando nisso'. Eu também não estou acreditando. É uma coisa tão surreal", desabafa a esposa.

Com 30 anos na Marinha, Edson de Oliveira Maia estava lotado no Centro de Manutenção de Sistemas (CMS) na Praça Mauá. Segundo a esposa, na próxima semana o homem iria dar entrada na aposentadoria. "A vida dele foi esse serviço. Ela estava muito feliz porque iria se aposentar em janeiro", diz Viviane.

Pai amoroso e marido dedicado

Viviane lembra que o casamento foi intenso. "Ficamos juntos por 15 anos. Foram dias de muita cumplicidade. Em 2004, na nossa lua de mel, fomos de moto para Recife. E essa foi a maior aventura de nossas vidas. Ele viveu intensamente. Foi uma pessoa maravilhosa. A nossa filha de 12 anos é muito apaixonada pelo pai e ele era pela filha", lembra. "Eu estou me sentindo negligenciada, fragilizada. Estou sentindo que somos os errados. Meu marido foi levar a filha para a escola e foi assassinado. Sei que é avassalador, mas, só vou acreditar quando eu ver o meu marido. Preciso ver com os meus próprios olhos o que fizeram com ele", diz.

 

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