Mãe de sete filhos, Irene também tinha nove netos, um deles fará 1 ano e estava sob sua guarda - ARQUIVO PESSOAL
Mãe de sete filhos, Irene também tinha nove netos, um deles fará 1 ano e estava sob sua guardaARQUIVO PESSOAL
Por O Dia

Rio - Quatro médicos envolvidos no atendimento e internação de Irene de Jesus Bento, 52 anos, morta no dia 28 de julho após ter atendimento rejeitado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, foram indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Irene faleceu oito horas depois de ser liberada pelos profissionais da unidade.

O inquérito, encerrado na 22ª DP (Penha), foi detalhado pelo Fantástico. Segundo a Polícia Civil, uma das médicas abandonou o plantão. 

Em depoimento prestado em agosto na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa no Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o diretor do Hospital Getúlio Vargas, Paulo Ricardo da Costa, admitiu que houve erro médico no atendimento de Irene.

O diretor do hospital apontou que o erro teria sido cometido pela médica que resolveu encaminhar a paciente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), apesar dos sintomas apresentados durante o atendimento. Segundo ele, o correto seria o encaminhamento de Irene de Jesus para a sala amarela, destinada a casos de gravidade moderada e urgentes.

Após a morte da paciente foram abertas duas sindicâncias. Uma pela Pró-Saúde, que administra o hospital, e outra pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). A Pró-Saúde afastou oito funcionários. Uma enfermeira pediu demissão e dois profissionais foram demitidos, entre eles, a médica que estava com o celular. Segundo a direção, ela quebrou o protocolo de atendimento.

Além de ouvir o diretor do hospital, a Comissão de Saúde da Alerj também solicitou o resultado das duas sindicâncias realizadas após a morte da paciente. A comissão vai ainda convidar o médico que assinou o atestado de óbito para prestar esclarecimentos.

O caso

Irene Jesus Bento foi levada para o Hospital Getúlio Vargas pelo filho, Rangel Luiz Marques, por volta das 14h de 28 de julho. Ele próprio filmou o atendimento inadequado na unidade e inclusive flagrou a médica ao celular. Com dores no corpo, sem conseguir falar e andar, a paciente tinha um caroço no pescoço. Por não ter sido considerado um caso grave, teve checada apenas a pressão arterial.

Em seguida, foi encaminhada para a UPA da Penha, onde teve a primeira parada cardíaca. Em função da gravidade, ela foi reencaminhada para o hospital. Após a segunda parada cardíaca, a paciente morreu, às 22h30, no CTI.

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