Rio - O vereador Marcelo Moraes Siciliano (PHS) pedirá apoio à Anistia Internacional e ao Ministério Público do Rio para ter acesso aos inquéritos do caso Marielle — que está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios (DH). O parlamentar alegou que está tendo o 'direito de defesa cerceado' e, até agora, após prestar três depoimentos, sua defesa não conseguiu ter acesso aos detalhes da investigação. Siciliano é o principal suspeito de ter mandado matar Marielle Franco, do Psol, e seu motorista Anderson Pedro Gomes, em 14 de março de 2018, no Estácio. O crime completou 10 meses nesta segunda-feira, e segue sem solução.
Segundo O DIA apurou, os advogados de Siciliano entraram em contato com a Anistia Internacional para marcar uma data para o encontro. De acordo com o vereador, ele é apenas uma testemunha, mas a Polícia Civil o vende para a imprensa como suspeito do assassinato. O parlamentar sustenta que os policiais têm feito uma investigação triangular entre a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e a Delegacia de Homicídios para tentar incriminá-lo por um crime que ele sempre sustentou não ter cometido.
Durante uma entrevista coletiva no ano passado, o vereador pediu a federalização da investigação. Na ocasião, Siciliano afirmou que estão tentando matá-lo “com o mesmo tiro” que assassinou Marielle. “Eu peço, imploro a federalização desse caso. Que a Anistia Internacional entre, que os direitos humanos entrem. Mataram uma vereadora e estão me matando junto. Estão querendo matar outro vereador com o mesmo tiro que mataram a Marielle”, disse ele no dia 15 de dezembro.
“Estão querendo me matar, é isso que estão querendo fazer comigo. Estão querendo me jogar numa jaula para justificar uma mentira. Para justificar o que não tem o que fazer, o que falar ou não querem falar. Isso já não é problema meu, tem que ser investigado. Ninguém mais do que eu, quer a transparência disso”, completou.
Ainda de acordo com o parlamentar, a testemunha que o apontou como responsável pelo crime teria inventado uma história “que não prosperou”. Desde a primeira vez que foi chamado para depor, Siciliano vem criticando a postura da Polícia Civil. Siciliano teria tramado o assassinato de Marielle junto com o ex-policial militar e miliciano Orlando de Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, segundo o relato de uma testemunha ouvida pelas polícias Federal e Civil.
De acordo com a Polícia Civil, até agora o processo já tem 19 volumes com 250 páginas cada. Em dezembro, o general Richard Nunes, então secretário de Segurança na Intervenção Federal, disse, em entrevista ao jornal "Estado de São Paulo, que o crime contra Marielle Franco foi cometido por milicianos, motivado por ela ser uma ameaça a negócios de grilagem de terras na Zona Oeste.
O DIA pediu um posicionamento da Polícia Civil. Entretanto, até a publicação da reportagem o órgão ainda não havia se pronunciando contra as acusações do vereador.
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