Rio - Uma testemunha da morte de Pedro Henrique Oliveira Gonzaga, 19 anos, morto pelo segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio, de 32, dentro do supermercado Extra da Barra da Tijuca na última quinta-feira, dia 14, prestou depoimento à polícia hoje. Ela disse que avisou ao segurança repetidamente que Pedro Henrique estava morrendo, mas o vigia ignorou dizendo que ele que "estava no comando": "Ela é categórica ao dizer que avisou repetidas vezes, pedindo para parar porque o ele (Pedro) estava morrendo e o segurança ignorou. Ele entendeu a mensagem e assumiu o risco de matar o rapaz", disse o delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
Entre as outras sete pessoas ouvidas nesta terça estão os PMs que atenderam a ocorrência, outros seguranças que estavam no momento da confusão e funcionários do estabelecimento. Dinalva Oliveira, mãe que presenciou o filho ser morto e é uma das principais testemunhas, chegou na Delegacia de Homicídios (DH-Capital) à tarde e não falou com a imprensa.
Quem está responsável pelo caso é a delegada Cristiane Carvalho. Ao DIA ela disse que vai ouvir todas as oito pessoas — entre os envolvidos e testemunhas — novamente. O objetivo é confrontar as informações repassadas à DH até agora.
O DIA apurou que a situação de Davi deverá se complicar após o Instituto Médico Legal (IML) divulgar que Pedro Henrique foi morto por asfixia. "A tipificação do crime deverá mudar porque asfixia é uma qualificadora para o homicídio doloso qualificado", disse um investigador.
A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito e remeter ao Ministério Publico do Rio de Janeiro. Entretanto, O DIA apurou que o material deverá ser entregue ao MPRJ já nos próximos dias.
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