Rio - A Polícia Civil investiga se milicianos do Mendanha, em Campo Grande, teriam envolvimento com o desaparecimento dos servidores públicos Rodrigo da Cruz Grijó e Edgard Barros Araújo, ambos de 34 anos. Como O Dia Online publicou no domingo, eles estão desaparecidos desde a noite da última sexta-feira após saírem juntos da casa de um amigo na Estrada do Mendanha, no mesmo bairro. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) faz uma operação na região, na tarde desta quinta-feira, com o objetivo de localizar os dois ou os corpos.
De acordo com as investigações, Rodrigo e Edgard, que trabalham na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), respectivamente, estavam montando uma empresa que forneceria serviços de distribuição de internet. O negócio funcionaria na casa de um amigo em comum. A polícia já sabe que o cabeamento foi cortado semanas antes do desaparecimento, e que os sócios religaram a conexão depois do ocorrido. Para os investigadores, isso pode ter incomodado a milícia da região.
Uma testemunha contou, em depoimento, que os amigos começaram a planejar a empresa em agosto do ano passado e que, inicialmente, pensaram que não existia concorrência no Mendanha. Segundo a testemunha, os sócios começaram a instalar os cabos nos postes de luz há cerca de dois meses. Durante o cabeamento, no entanto, foi constatado que já havia uma provedora de internet na localidade. Mas, até o momento, não há indícios de que os amigos desaparecidos tenham recebido ameaça.
A DDPA pede que qualquer pista sobre o paradeiro dos amigos seja informada aos telefones da especializada ((21) 2202-0338 ou (21) 2202-0337), além do Disque-Denúncia (21) 2253-1177.
Última mensagem às 21h
A servidora pública Carolina Campos, 41, namorada de Rodrigo Grijó, contou que os dois saíram do local onde seria instalada a empresa, cada um em seu carro, e deram a entender que iriam direto para casa. Rodrigo estava em um Ônix branco de placa LRM-3386 e Edgard em um Palio chumbo com placa KVA-3142. Ela acredita que o marido tinha cerca de R$ 4 mil em espécie no automóvel, porque ia comprar um computador no dia seguinte. A última mensagem que recebeu dele foi às 21h15, com o recibo de uma conta.
"No final da sexta-feira, eles foram instalar alguma coisa nesse endereço em Campo Grande. Ele passou a tarde lá e a gente ficou se comunicando por mensagens normalmente. O dono da casa viu o Rodrigo e o Edgard irem embora e saiu logo depois pra comer com a filha no shopping. Quando saiu, viu que os carros já tinham ido embora. Nada atípico. A partir de então não tivemos mais contato", contou Carolina. Segundo ela, Rodrigo não mencionou que passaria em algum lugar antes de ir para casa.
Ela disse ainda que a última mensagem recebida no celular de Edgard foi enviada às 22h pela namorada dele, mas não foi lida. Desde então, os celulares dos dois amigos estão desligados.