Trens da SuperVia colidem na estação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira. Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia - Daniel Castelo Branco / Agência O DIA
Trens da SuperVia colidem na estação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira. Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O DiaDaniel Castelo Branco / Agência O DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A Polícia Civil pediu mais prazos à Justiça para dar continuidade à investigação sobre o acidente entre dois trens da Supervia, no dia 27 de fevereiro. O maquinista Rodrigo da Silva Ribeiro Assumpção, de 40 anos, morreu após ficar quase oito horas em meio às ferragens. Pelo menos outras oito pessoas ficaram feridas. O caso está sendo investigado pela 17ª DP (São Cristóvão), que também espera pelo laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Um outro documento, que está sendo elaborado pela Agência Reguladora de Transportes e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp) deve ficar pronto num prazo de até três meses.

Até agora, pelo menos 10 testemunhas — entre funcionários e vítimas do acidente — já prestaram depoimento. O inquérito apura crime de homicídio culposo e lesão corporal culposa. "Pedimos mais um prazo à Justiça para continuarmos apurando o que teria causado o acidente. Ouvimos vários funcionários, que falaram sobre o funcionamento do sistema de transporte. Ouvimos também alguns passageiros que estavam dentro do trem no momento da batida", lembra o delegado Hilton Pinho Alonso, que conduz as investigações.

Laudo dos freios

Um dos laudos mais esperados pelos investigadores é o dos freios. O documento registrou eventos das composições, como frenagens, velocidade e histórico do início da viagem até o momento da batida. É com esse laudo que será possível dizer o que teria acontecido no dia da colisão.

Além dos relatórios do ICCE e da Agetransp, os investigadores esperam pelo laudo da causa da morte do maquinista. Após retirado, o funcionário da SuperVia sofreu duas paradas cardiorrespiratórias ainda na estação. Ele não restistou aos ferimentos e morreu no local. Assumpção trabalhava na concessionária desde 2011. E, após passar por treinamentos, havia assumido a função de maquinista nos últimos cinco anos.

À parte, o governo do estado também determinou que a Secretaria de Transporte iniciasse uma investigação sobre o acidente. O DIA não conseguiu falar com a pasta para saber como está o andamento das investigações.

O que teria causado o acidente?

Uma das linhas de apuração é falha humana. O trem que acabou colidindo na outra composição — em São Cistóvão — teria avançado o sinal vermelho antes do acidente ocorrer. Há indícios que o avanço aconteceu em um trecho de aproximadamente 150 metros da estação. Essas informações foram colhidas pela Agetransp.

Três causas teriam ocasionado a batida: falha humana, falha mecânica (do ATP, aparelho que identifica a presença de obstáculos e ajuda na frenagem do trêm) ou falha de comunicação (entre o maquista e o Centro de Controle de Operações Tráfego).

Os dois trens haviam saído da Central do Brasil em direção à Deodoro, na Zona Oeste. O primeiro estava embarcando passageiros em São Cistóvão e esperava ordem de partida e o fechamento das portas. O segundo não teria recebido ordens de parada e acabou batendo no primeiro trem. Um equipamento — uma espécie de caixa preta — também foi recolhida dos dois trens.

A Agetransp também analisa ainda imagens de câmeras de segurança da cabine dos maquinistas e da estação.

Você pode gostar
Comentários