Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital apreendeu as armas dos policiais militares envolvidos no tiroteio que matou o gari comunitário nesta segunda-feira, no Vidigal, Zona Sul do Rio. O objetivo da especializada é saber se os tiros que atingiram William de Mendonça Santos, de 42 anos, partiram das armas dos PMs.
De acordo com Daniel Rosa, delegado titular da DH , os peritos farão um confronto balístico nas armas dos agentes que estavam na ocorrência. Os militares deverão ser ouvidos novamente nos próximos dias. O laudo da necrópsia feita pelos peritos do Instituto Médico Legal (IML) deverá ficar pronto em até 30 dias.
Na manhã desta terça-feira, o irmão da vítima, o auxiliar de serviços gerais Nilson Santos Silva, 43 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo. Ele estava acompanhado de outros familiares do gari.
"Fizeram um estrago muito grande. Meu irmão saiu para trabalhar de tarde, mas começou aquele tiroteio brabo. Ele saiu atrás do filho dele, de 13 anos, e aconteceu esse acidente", lamentou Nilson.
Segundo o homem, os disparos que atingiram o irmão partiram da Polícia Militar, que fazia uma operação na região conhecida como 314. A corporação informou, em nota, que policiais trocavam tiros com criminosos na comunidade quando encontraram Willian já baleado.
Nilson disse não saber como dar a notícia da morte do irmão aos pais. "Minha mãe perguntando dele, a gente disse que ele estava em cirurgia. A gente escondeu dela e ela perguntando. A gente dizia que ele estava bem. E meu pai passando mal em casa."
O gari foi levado pelos próprios policiais para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, também na Zona Sul, mas não resistiu aos ferimentos.