Rio - O forte vendaval que atingiu a cidade do Rio na noite deste domingo destruiu a estrutura de um evento de montanhismo que acontecia na Urca, na Zona Sul do Rio, e deixou três pessoas feridas. Imagens recebidas através do WhatsApp do DIA (98762-8248) e que circulam na Web mostram cenas desesperadoras.
O Rio Montanhismo, na Praça General Tibúrcio, já chegava ao fim após dois dias de evento e um show era realizado no momento em que começou a ventania, pouco antes das 20h. As estruturas foram arrancadas e arrastadas pelo vento, assim como diversos objetos do buffet e equipamentos de som.
Duas pessoas com ferimentos leves foram socorridas por militares do Exército para um hospital não informado, mas já tiveram, conforme informou a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio (Femerj). O Corpo de Bombeiros também foi chamado e prestou atendimento a uma mulher, que foi liberada no local.
Na queda dos ferros dois carros foram atingidos e ficaram parcialmente destruídos. Na manhã desta segunda-feira, a direção do evento contabilizava os estragos e funcionários limpavam a praça, que estava tomada de lixo.
"O evento já estava acabando e iríamos começar a desmontar a estrutura quando fomos pegos por essa ação do tempo sem precedentes" lembra Pedro Bugim, presidente da Femerj. "As pessoas que estavam no evento correram para se esconder. Eu estava perto do meu carro e só foi o tempo de eu me jogar debaixo do meu carro e a estrutura caiu”, completou.
Muitas árvores caíram no bairro. Moradores relatam que fazem reclamações através do serviço 1746, da Prefeitura do Rio, mas nenhum providência é tomada para evitar que árvores muito antigas sejam derrubadas em períodos de forte chuva e vento.
Maria Inez Herzog, 69 anos, tem anotado 10 protocolos de atendimento no 1746, registrados desde novembro do ano passado. Sua rua, a Cândido Gaffreé, está bloqueada pelas árvores e somente carros de passeio conseguem passar.
No último temporal, em 7 de abril, uma enorme árvore caiu e atingiu a garagem de Maria Inez. Ao reclamar com a prefeitura, ouvi que eles não poderiam "fazer nada", já que o vegetal tinha caído dentro de sua residência. Resultado: ele que pagar do próprio bolso R$ 600 para a remoção. Na ocasião, ela ficou três dias sem energia.
"Será que estão esperando que essa árvore cair na cabeça de alguém para fazerem algo? É um absurdo, pagamos um IPTU caro e ligamos para a prefeitura e nada é feito. É muita incompetência", critica a jornalista aposentada, que paga cerca de R$ 6 mil de IPTU. Até 11h, não havia funcionários nem da Comlurb e nem da Light. Um trecho da rua ainda sofria com a falta de energia.
No mesmo prédio, o advogado Paulo Noel, disse que os dois dois filhos pequenos assistiam TV quando uma árvore caiu e causou uma grande explosão, fazendo "voar faíscas". "Não é a primeira vez que cai árvore aqui, tem uma com risco de cair e pode cair na minha sala. Moro há cinco anos com a esposa e meus filhos aqui e nada é feito", diz.
Em Copacabana, o forte vento também causou pânico em quem passava pelo calçadão da praia e teve que se proteger dos galhos que voavam. Um palco montado na areia também ficou destruído com a ventania. Não há informações de feridos.
Feridos também em evento em praia de Búzios
O vendaval não ficou restrito ao litoral da capital. Na Praia de Tucuns, em Búzios, na Região dos Lagos, um evento de medicina também foi interrompido de após o vento arrastar parte da estrutura. Dez pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade, segundo a prefeitura da cidade.
"A Prefeitura de Búzios, através da Defesa Civil, já esteve no local e todos os envolvidos já estão sendo atendidos no Hospital Muncipal Rodolpho Perissé e passam bem. E, inclusive, os organizadores afirmaram que continuarão com o evento amanhã. Equipes da Defesa Civil e Guarda Municipal estão em ronda pelo muncipio a de plantão para atender a qualquer outro possível acidente ocasionado pelos ventos. Até o momento é o único registro de destaque", disse, em nota.
Na Costa Verde, barracas e cadeiras também foram arrastadas pelo vento em uma praia de Muriqui. Uma embarcação da Marinha foi parar próximo da areia e causou espanto. Segundo a corporação, a parada no local foi estratégica e para se proteger do mau tempo.
"A embarcação de Desembarque de Carga Geral (EDCG) L20 "Marambaia" realizou uma manobra de abicagem controlada na praia, para se proteger do mau tempo. O navio já retraiu e está navegando normalmente. A MB esclarece, ainda, que uma EDCG é projetada para realizar esse tipo de manobra na praia, com o propósito de descarregar ou embarcar pessoal, veículos e materiais", disse, em nota.
