Rio - A Universidade Federal Fluminense confirmou em nota o bloqueio de 30% dos recursos da instituição e disse que fará todo o esforço institucional para demonstrar ao Ministério da Educação a necessidade de reversão dos cortes anunciados.
O ministro da Educação Abraham Weintraub, disse ao jornal Estado de São Paulo, que cortaria recursos de universidades que não apresentarem desempenho acadêmico esperado e, ao mesmo tempo, estiverem promovendo 'balbúrdia'. Segundo ele já foram alvos da medida a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, está sob avaliação, anunciou.
A UFF divulgou nota confirmando o corte e disse não ter recebido nenhum comunicado prévio do governo. A informação foi recebida pela imprensa.
"A UFF ainda não foi comunicada oficialmente da decisão do Ministério da Educação, mas foi constatado o bloqueio de 30% dos recursos disponíveis para manutenção das atividades, como bolsas e auxílios a estudantes, energia, água, luz, obras de manutenção, pagamento de serviços terceirizados de limpeza, segurança, entre outros", diz.
A universidade alega que a medida produzirá consequências graves para seu pleno funcionamento e ressalta que tem pontuação máxima na avaliação do MEC.
"A UFF é hoje uma das maiores, mais diversificadas e pujantes universidades do país, prezando pela excelência em todas as áreas do conhecimento. A qualidade da UFF é atestada pela pontuação máxima (5) no conceito institucional de avaliação do MEC e temos o maior número de alunos matriculados na graduação entre todas as universidades federais. Além disso, a UFF é a 16ª colocada no ranking RUF, entre quase 200 universidades".
Durante o período eleitoral, em outubro de 2018, a juíza eleitoral Maria Aparecida da Costa Barros do TRE - RJ determinou a busca e apreensão na Faculdade de Direito na UFF e deu prazo para que uma faixa com a frase "Direito UFF AntiFascista" fosse retirada sob pena de prisão do diretor da faculdade, Wilson Madeira Filho. O TRE reviu a decisão.
De acordo com Weintraub, universidades têm permitido que aconteçam em suas instalações eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas ao ambiente universitário. "A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo", disse. Ele deu exemplos do que considera bagunça: "Sem-terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus".
Weintraub não detalhou quais manifestações ocorreram nas universidades citadas, mas disse que esse não foi o único ponto observado. Essas instituições também estão apresentando resultados aquém do que deveriam, disse. "A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking." Ele, no entanto, não citou rankings.