Kauã foi atingido quando passava de bicicleta pela Estrada do Engenho, na Vila Aliança - ReproduÇÃO
Kauã foi atingido quando passava de bicicleta pela Estrada do Engenho, na Vila AliançaReproduÇÃO
Por ADRIANO ARAÚJO
Rio - O pai do menino Kauã Vítor Rozário, de 11 anos, confirmou na manhã desta quinta-feira a morte cerebral da criança, vítima de bala perdida quando andava de bicicleta no último sábado na Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste. Ele afirmou que a família pretende doar os órgãos. Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde abriu protocolo para confirmar o óbito da criança, que está no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. 
De acordo com Jocelyr do Rozário Junior, a mãe de Kauã passou mal agora pela manhã ao receber a confirmação do falecimento no hospital. "Meu filho faleceu. Minha esposa está passando muito mal. Foi confirmado e nossa família está muito dolorida", desabafou o pai do menino.
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Além da dor da perda, Jocelyr disse que a família ainda tem que lidar com o filho mais novo, de 9 anos, que era muito ligado a Kauã e tem sentido falta dele. "Meu filho está com o psicológico muito abalado, eles só andavam juntos", lamentou.
Em nota, a Secretaria Municipal não confirma a morte cerebral, afirmando a necessidade do procedimento. "O paciente tem um quadro de saúde gravíssimo. Foi aberto um protocolo de morte encefálica", diz.
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Tiros também mataram mototaxista
Kauã Rozário foi atingido quando passava de bicicleta pela Estrada do Engenho, quando estava indo para casa. O tiroteio também matou o mototaxista Leonardo Rodrigues dos Santos, de 25 anos. Segundo familiares, ele trabalhava quando, em meio ao tiroteio, acabou sendo baleado. Um terceiro homem não identificado também foi ferido.
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Pela versão da Polícia Militar, uma equipe do 14º BPM (Bangu) fazia patrulhamento na comunidade quando homens em motos dispararam contra os policiais. Houve reação. Mas os bandidos, segundo a PM, conseguiram fugir. Foram encontrados no local três pistolas calibre nove milímetros, radiotransmissores e 640 papelotes de maconha.
A ação foi também contestada por moradores da comunidade. Nas redes sociais, eles postaram que os policiais teriam chegado à Vila Aliança efetuando disparos contra homens que estavam numa motocicleta. Revoltados, os moradores fizeram um protesto queimando pneus e outros objetos e cobraram explicações sobre a atuação da equipe do 14º BPM. O caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande).
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Em janeiro deste ano, dois outros homens também tinham sido baleados na mesma comunidade durante operação de policiais do 14º BPM. À época, a polícia informou que eles eram suspeitos de envolvimento com o tráfico. Armas e uma granada foram apreendidas na ocasião.