Jorge Castanheira, presidente da Liesa - Tomaz Silva/Agência Brasil
Jorge Castanheira, presidente da LiesaTomaz Silva/Agência Brasil
Por O Dia
Rio - A Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense acionou a Justiça para pedir o afastamento do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira. A escola pede que o vice-presidente, Zacarias Siqueira de Oliveira, ocupe o cargo. São réus na ação a Liesa e o atual presidente. A escola alega que Castanheira já renunciou ao cargo e que a Liga e suas afiliadas estão submetidas a uma situação forçada de ausência de representação. 
A petição foi assinada na última sexta-feira (28), dois dias depois da reunião de 26 de junho, quando três escolas voltaram atrás e mudaram o voto, se posicionando para que a Imperatriz fosse rebaixada. Com isso, oito das 13 escolas do Conselho da Liesa com direito a voto se posicionaram pelo respeito ao regulamento no Carnaval de 2019. 
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A Imperatriz questiona as decisões do presidente da Liga tomadas depois que ele anunciou que renunciaria ao cargo no dia 3 de junho. A escola pede o afastamento de Jorge Castanheira. " Não é demais lembrar que a renúncia foi formalizada em assembleia e devidamente registrada em ata, com a presença de quórum totalmente qualificado, não havendo que ser questionada nenhuma deliberação da assembleia", aponta a ação. 
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A escola pede a intervenção do Poder Judiciário, para que seja proferida uma liminar (decisão provisória), que condene Jorge Castanheira a se abster imediatamente da prática de qualquer ato relacionado ao ato de presidente da Diretoria Executiva da Liesa sob pena de multa de R$500 mil.
A Imperatriz pede que o atual vice-presidente ocupe o cargo no prazo de 5 dias, também sob multa de R$ 500 mil. 
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Procurado, o presidente Jorge Castanheira não retornou à reportagem até a publicação deste texto. 
Entenda o caso 
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Jorge Castanheira anunciou que renunciaria após as escolas decidirem em uma plenária no dia 3 de junho, que manteriam a escola Imperatriz Leopoldinense no Grupo Especial. O clima na Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) ficou de total divisão entre os presidentes.
De um lado ficaram o grupo da Mocidade Independente de Padre Miguel, Grande Rio e Imperatriz com os representantes Rogério de Andrade, Jaydar Soares, e Luizinho Drumond, que conta também com as participações da São Clemente e Estácio de Sá.
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Do outro, Anísio Abraão David (Beija-Flor) e Capitão Guimarães comandam o grupo que ainda tem Portela, Mangueira, Viradouro. Em outra plenária, a Unidos da Tijuca, Paraíso do Tuiuti e União da Ilha, foram atraídas para este grupo. Tudo gira em torno da possível eleição presidencial na Liga, que deve acontecer caso Jorge Castanheira realmente se afaste do comando.

Nos bastidores das escolas de samba, os dirigentes acreditam que a manutenção do regulamento do Carnaval 2019, com o rebaixamento da Imperatriz e do Império Serrano, façam Castanheira seguir no comando da Liesa. A assembleia geral para a manutenção do regulamento do Carnaval 2019 só deve acontecer na primeira quinzena de julho, já que a Liga precisa acertar todos os trâmites legais para a realização da nova votação.

Se confirmada, a saída de Jorge Castanheira acarretará em um longo processo. A preocupação nos bastidores das escolas de samba é que o processo de produção para os desfiles do Carnaval 2020 seja comprometido. O sorteio que geralmente acontece em junho ou julho pode ficar para agosto.

A reportagem do site Carnavalesco apurou que o posicionamento firme de Castanheira (figura de personalidade conciliadora) vai ao encontro de problemas de relacionamento entre as principais lideranças da liga.

Sem nenhuma confirmação oficial surgem nomes como possíveis opções para o comando da Liesa. Rodrigo Pacheco, vice-presidente da Mocidade, é um desses. A ex-presidente do Salgueiro, Regina Celi, e, Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, seriam outras opções.