Helicóptero da Polícia Civil durante operação em comunidade carioca - Reprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Helicóptero da Polícia Civil durante operação em comunidade cariocaReprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Por ADRIANO ARAÚJO
Rio - Dois moradores da Favela do Jacarezinho foram vítimas de bala perdida, na manhã desta terça-feira, durante operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, que também teve um suspeito morto em confronto e um policial da Core ferido. Quem mora na região denuncia disparos feitos de helicópteros em vários enviados ao WhatsApp do DIA (98762-8248). Segundo a Core, um agente foi ferido de raspão e socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Ele passa bem.
Uma das vítimas, um idoso de 76 anos identificado como Jair Vieira, estava em um mercadinho da comunidade comprando carne quando foi atingido no braço. "Ele tinha ido na rua para comprar carne no mercado perto de casa para minha mãe fazer, pois tinha parado de dar tiros. De repente começo o tiroteio de novo", disse a filha do idoso. Um outro filho foi quem socorreu o pai dentro de um táxi para o o Hospital Salgado Filho, no Méier. Uma mulher teria se ferida por estilhaços no rosto dentro do mercadinho onde o idoso foi baleado.
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"Uma funcionária que veio avisar e trouxe o meu pai até a minha casa. Na mesma hora, desesperado, chamei um táxi e trouxe ele", disse Renato Vieira, 41 anos. "É muita revolta, indignação. Nem culpo os policiais, mas sim o governador e essa política de confronto", criticou o motorista. O Salgado Filho informou que o idoso passou por exames e tinha o quadro estável.
O idoso, no entanto, foi preso após receber atendimento médico. De acordo com informações da 3ª DP (Méier), Jair Oliveira de Faria foi preso em cumprimento a mandado de prisão pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil ocorrido em abril de 2006, na comunidade do Jacarezinho. Ele foi encontrado pelas equipes após buscar atendimento no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, e seguiu para o sistema prisional. 
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O outro ferido foi socorrido por policiais da UPP Jacarezinho e foi identificado como Jean Peixoto Félix, que pediu socorro junto com a mãe na base policial. Ele foi atingido por um tiro no pescoço mas, de acordo com o hospital, seu estado de saúde é estável e inspira cuidados. O caso foi registrado na 25ª DP (Engenho Novo).
De acordo com informações da 23ª DP (Méier), Jean Peixoto Félix, foi reconhecido por pelo menos três vítimas de um roubo a uma academia, também essa manhã, na Rua Getúlio, no Cachambi. Ele será autuado em flagrante pelo crime de roubo. As circunstâncias de como ele foi baleado ainda estão sendo investigadas.
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A ação da Core provocou intenso tiroteio e interrompeu por duas horas circulação dos trens do ramal Belford Roxo que passam na região. De acordo com a Polícia Civil, a operação tem como objetivo verificar informações do setor de inteligência de que na região conhecida como "Final da Amaro", na Travessa Amaro Rangel, é um local onde traficantes costumam se esconder para atacar policiais.
Segundo a Core, os criminosos atacaram os agentes e houve confronto. Um criminoso foi baleado nas proximidades da Praça da Concórdia e não resistiu. No local foram apreendidos uma pistola calibre ponto 40 e um rádio transmissor. "Equipes estão no local aguardando a realização de perícia da Delegacia de Homicídios, que foi acionada", diz a polícia.
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Vídeos recebidos através do WhatsApp do DIA mostram um helicóptero sobrevoando a comunidade enquanto uma rajada de tiros é escutada. "Helicóptero atirando à toa no Jacarezinho. Parece que é para apavorar a população", disse um morador da favela. Questionada, a Polícia Civil não se pronunciou sobre as denúncias.
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Os tiros foram ouvidos na região a partir das 6h45. Às 7h04, a SuperVia interrompeu a circulação no trecho, que ocorre somente entre as estações Del Castilho e Belford Roxo. As partidas da Central do Brasil para esse ramal foram suspensas. A circulação foi normalizada às 9h.
"Esta é uma medida de segurança para garantir a integridade de passageiros e funcionários. A concessionária monitora a situação para normalizar a circulação tão logo as condições de segurança sejam restabelecidas no local", diz a empresa.
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