Em 1.500 cartas, crianças da Maré pedem o fim da violência e do 'caveirão voador'
Ação civil pública que fixava protocolos para operações policiais na comunidade da Zona Norte foi suspensa em junho deste ano
"Um dia eu tava na escola, no pátio fazendo Educação Física. Aí de repente o helicóptero passou dando tiro para baixo aí todo mundo correu para o canto da arquibancada. Aí quando passou o tiro a gente correu para dentro da escola até a minha mãe me buscar, aí eu fui para casa com ela. Quando deu mais tiro eu tava em casa". Este é um dos 1.500 relatos de crianças cujas cartas foram entregues ao Tribunal de Justiça na última segunda-feira (12). Os moradores da comunidade cobram a volta de uma ação civil pública (ACP) que regulamenta as operações policiais no local.
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A ACP, suspensa em junho, dispunha sobre a presença obrigatória de ambulâncias durante as operações policiais, sobre a necessidade de filmagem das ações, instalação de câmeras nos capacetes policiais e instalação de GPSs nas viaturas. A suspensão da ação foi feita a pedida do governo do estado e deferida pela juíza Regina Lucia Chuquer de Almeida Costa Catro, da 6ª Vara da Fazenda Pública da Capital.