Michele do Carmo Souza com o advogado, Ângelo Máximo - Luciano Belford/Arquivo/Agência O Dia
Michele do Carmo Souza com o advogado, Ângelo MáximoLuciano Belford/Arquivo/Agência O Dia
Por O Dia
Rio - O advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor Anderson do Carmo, assassinado dentro de casa em Niterói, em junho deste ano, usou as redes sociais para lamentar a morte de Michele do Carmo de Souza, vitimada por uma anemia, na última segunda-feira. Segundo o defensor, ela foi mais uma vítima da morosidade da investigação e da sensação de impunidade que permeia o caso do irmão, que era casado com a deputada federal Flordelis (PSC-RJ).
"Vida que foi ceifada por conta da sensação de impunidade, que impera sobre as investigações, que apuram os mandantes e outros autores/partícipes da morte do seu irmão o Pastor Anderson do Carmo de Souza", escreveu, acrescentando que, mesmo o crime sendo cometido "em família", a polícia ainda não conseguiu concluir o caso.
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"Crime cometido em família, dentro da própria casa, onde os alvos das investigações, são os familiares da vítima, que estavam na residência, no momento do seu cometimento e, nem assim, a polícia consegue concluí-las", falou.
"Essa 'sensação de impunidade' é um câncer diagnosticado, em tese, em todas as investigações, onde seus alvos são pessoas de classe média alta, câncer este, que já virou metástase (...) Tendo a certeza, ao de Deus, que aqui, continuarei buscando por justiça, sendo, pelo fato que vitimou seu irmão, e agora, por você. Que direta ou indiretamente, fora vítima junto com seu irmão", prometeu.
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Irmã do pastor Anderson do Carmo, Michele do Carmo Souza, morreu em decorrência de uma anemia - Luciano Belford/Arquivo/Agência O Dia
Michele chegou a prestar depoimento à polícia no caso que investiga o assassinato de seu irmão e apontava a cunhada Flordelis como mandante. Em setembro, ela e sua mãe, Maria Edna, foram autorizadas pela Justiça e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) para serem assistentes de acusação no processo que investiga o crime.
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Michele morreu na última segunda-feira no Hospital Municipal Carlos Tordelly e o enterro ocorreu ontem no Cemitério Parque de Nycteroy, no bairro Laranjal, em São Gonçalo.
De acordo com o inquérito da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo), o filho biológico da deputada, Flavio, confessou ter atirado seis vezes no padrasto. O laudo da necrópsia contraria a versão contada por ele e aponta que o corpo da vítima apresentava trinta perfurações provocadas por arma de fogo.

Lucas, filho adotivo do casal, é apontado como responsável pela negociação da arma usada por Flávio no dia do crime. A pistola Bersa, calibre 9 milímetros, foi encontrada dias depois do crime no quarto usado por Flávio.
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Galeria de Fotos

Flordelis era casada com o pastor Anderson do Carmo e estava na casa quando ele foi assassinado. Michele acusava a cunhada de ser a mandante do crime Luciano Belford / Arquivo / Agência O DIA
Lucas, um dos filhos adotivos de Flordelis e Anderson do Carmo, é apontado como um dos autores do crime Whatsapp O Dia
Flávio dos Santos Rodrigues, filho da deputada Flordelis, é apontado como o atirador que matou Anderson do Carmo, seu pai adotivo Cléber Mendes / Arquivo / Agência O DIA
Pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi assassinado em junho deste ano Reprodução
Pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi assassinado em junho deste ano Reprodução
Flordelis também lamenta morte e recebe críticas
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A deputada federal Flordelis também usou sua página em rede social para lamentar a morte de Michele, que a acusava de ser a mandante do crime contra o próprio marido. A postagem recebeu apoio, mas também muitas críticas.
"Recebi com tristeza a notícia da morte da minha cunhada Michele. Só quem conhece a mensagem do Evangelho pode compreender a sinceridade da dor no meu coração. (...) Neste momento, eu oro pela minha sogra, porque só uma uma mãe sabe a dimensão da dor da perda de um filho, de uma filha. Desejo que Deus a conforte neste momento", diz parte do texto.
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"Pastora, mesmo depois de tantas acusações sobre a senhora vinda da sua sogra e da sua cunhada, a senhora ainda tem essa atitude. Parabéns pela atitude, que Deus continue abençoando a vida da senhora", disse uma seguidora. "Se ela morreu foi de tristeza de ver essa corja de víboras sem punição", escreveu outra.