Advogados reclamaram de falta de diligências na casa de Witzel - Rogerio Santana / Governo do estado
Advogados reclamaram de falta de diligências na casa de WitzelRogerio Santana / Governo do estado
Por O Dia
Rio - Wilson Witzel determinou que as polícias Civil e Militar devem evitar entrar em comunidades durante ações sociais e serviços humanitários. O objetivo é que líderes comunitários e as forças policiais ampliem o diálogo para evitar este tipo de conflito. A decisão foi tomada depois de uma semana com quatro jovens mortos em operações policiais, duas delas durante a entrega de cestas básicas nas comunidades da Providência, no Centro do Rio, e na Cidade de Deus, na Zona Oeste.
A orientação foi transmitida durante reunião por videoconferência com a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL) e com representantes de organizações de direitos humanos e ativistas sociais. 
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Também participaram da reunião o secretário da Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo, o secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, a secretária de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, Priscilla Azevedo, o deputado Márcio Pacheco (PSC), a representante da Anistia Internacional do Brasil, Jurema Werneck, e o representante do grupo Os Arteiros da Cidade de Deus, Rodrigo Felha.
"Acho que podemos realizar essa integração para que a gente possa criar maior comunicação e evitar que, no momento de uma necessidade de operação de busca e apreensão ou ação de inteligência das polícias, haja pessoas prestando serviços humanitários nestes locais", disse o governador, em referência ao tiroteio ocorrido na quarta-feira, na Cidade de Deus, entre policiais militares e traficantes durante a distribuição de cestas básicas, que resultou na morte de um rapaz de 18 anos.
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Segundo o coronel Figueredo, os comandantes de batalhões já foram orientados a acompanhar as ações sociais nas comunidades, dando ênfase a este momento de pandemia. Além disso, destacou que as operações devem ser realizadas obedecendo aos critérios de conveniência e oportunidade.
Witzel disse achar essa integração com os batalhões fundamental. Segundo ele, o estado também tem trabalhado para dar suporte à programas de combate à fome, em especial durante este momento de crise, provocada pela disseminação da covid-19. 
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O governador explicou que as ações sociais são realizadas por meio do Mutirão Humanitário, coordenado pelo vice-governador Cláudio Castro. Para ele, esse trabalho pode e deve ser feito em parceria com os líderes das comunidades.
"Vamos distribuir ainda cerca de 800 mil cestas básicas" disse.
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UPP
Witzel falou ainda sobre a reestruturação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e sobre programas e projetos sociais já encaminhados pelo Governo do Estado.

"Estamos reformulando o conceito das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e, a partir da experiência da Unidade de Polícia Presente de Angra dos Reis, vamos encaminhar programas sociais como, por exemplo, de renda mínima e outro que dê oportunidades aos jovens que hoje estão no tráfico de drogas. Infelizmente, fomos dragados economicamente pela pandemia e tivemos que adiar algumas iniciativas" disse.
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O secretário da Polícia Militar, Rogerio Figueredo, disse ser um facilitador de ações sociais, e citou como exemplo de integração o trabalho da UPP da Rocinha.
"É preciso que chegue segurança, saúde e assistência social nas comunidades. Cito o exemplo de policiamento ostensivo na Rocinha. Ela saiu dos noticiários porque refizemos o nosso planejamento. A polícia precisa ser uma facilitadora de ações sociais. É com essa ação positiva que temos que chegar" - defendeu ele.
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Uma nova reunião será marcada para daqui a 15 dias para a manutenção de diálogo com as entidades sobre questões de segurança pública e as demandas das populações das comunidades.
"A minha gestão é de diálogo e de União. As nossas divergências ficam sempre no âmbito do debate de forma respeitosa. Fica registrada aqui a minha abertura ao diálogo e que estejamos aqui governando juntos para avançarmos até o final deste mandato", finalizou Witzel.

A deputada Mônica Francisco (PSOL) disse ter considerado a reunião muito importante.

"O senhor tem a responsabilidade de mudar a história do estado do Rio de janeiro. Precisamos de coragem para falar sobre o que acontece dentro das favelas. E que ampliemos cada vez mais o diálogo" disse.
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Morte em Acari
Familiares denunciam que Iago César Gonzaga, de 21 anos, foi torturado e morto por policiais militares durante uma operação na comunidade de Acari, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira (18). Em entrevista ao RJTV2 nesta terça-feira, a tia do jovem contou que militares teriam sufocado o rapaz com um plástico e sumido com o corpo após o crime.

"Todo mundo diz que ele foi torturado a faca, sufocado com saco plástico, enrolado no lençol, jogado na 'caçapa' do carro e retirado da comunidade", disse a tia.
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Morte em São Gonçalo
João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, estava brincando no quintal de casa, quando bandidos pularam o muro e policiais foram atrás atirando. Ele foi baleado e colocado em um helicóptero da Polícia Civil durante uma operação na Praia da Luz, na Ilha de Itaoca, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do estado nesta segunda-feira.

O caso mobilizou o Twitter para conseguir informações sobre o paradeiro do adolescente. Na manhã de terça-feira, os familiares de João Pedro foram informados que o corpo do menino estava no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó.