Presidente do Metrô diz que caixa da empresa acaba em agosto - Ricardo Cassiano
Presidente do Metrô diz que caixa da empresa acaba em agostoRicardo Cassiano
Por O Dia
Rio - A Agência Reguladora dos Transportes Públicos do Estado (Agetransp) notificou a concessionária Metrô Rio para que não interrompa o serviço. A empresa informou o estado sobre desequilíbrio financeiro em razão do prejuízo sofrido com a queda no número de passageiros durante a pandemia. O aviso da notificação foi publicado no Diário Oficial de segunda-feira.
"A Agetransp vai notificar o Metrô Rio para que o serviço não seja interrompido. E o estado (poder concedente) deve adotar medidas para assegurar a continuidade em até cinco dias", diz o texto.
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Com desequilíbrio nas contas, a concessionária informou ao estado sobre a situação eminente de colapso no transporte. Diante da crise provocada pela pandemia, o MetrôRio calcula que possui caixa para cobrir seus custos somente até o mês de agosto. A empresa estima que pelo menos 80 milhões de pessoas deixaram de circular no modal desde o dia 16 de março, quando se iniciaram as medidas de restrições na cidade do Rio de Janeiro.
Segundo a concessionária, o prejuízo mensal é de cerca de R$ 35 milhões e o déficit acumulado até julho chega a R$ 190 milhões. Em média, são menos 18,6 milhões de embarques por mês nas estações e trens da concessionária, uma queda diária superior a 80% do seu público até o início de junho. Atualmente, mesmo após a autorização de retorno de algumas atividades pela prefeitura do Rio, a queda continua em 70%.
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"O sistema tem uma estrutura de custo mensal alta e fixa, o custo é praticamente o mesmo para operar o sistema cheio ou vazio. Isso configura uma situação insustentável. A empresa já consumiu todo o seu caixa. Estamos há meses em diálogo com o Governo de Estado e com o Governo Federal para viabilizar um aporte extraordinário de recurso pra permitir a continuidade do serviço", disse o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho.

O MetrôRio ressalta que não recebe subsídio do governo para manter sua operação e que sua receita vem exclusivamente da tarifa cobrada dos passageiros.

A Agetransp diz que "a decisão do Conselho Diretor proíbe as concessionárias Metrô Rio e Supervia de suspenderam unilateralmente a prestação dos serviços aos usuários dos transportes do Rio de Janeiro. Pelo contrato em vigor, as empresas têm a obrigação de manter a continuidade dos serviços".
O Governo do Estado informou que tem mantido agendas constantes com representantes do setor, com diferentes estados do país que também enfrentam a mesma crise e com o Governo Federal para garantir verba federal para socorrer os modos de transportes, que alegam caixa disponível apenas até agosto. 
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A Secretaria estadual de Transportes diz em nota que acredita que uma saída seja o Projeto de Lei federal que deverá ser votado esta semana em Brasília e pretende destinar recursos públicos à mobilidade urbana nas cidades das regiões metropolitanas com mais de 350 mil habitantes. "Vale ressaltar que a liberação desse recurso está condicionada à apresentação de iniciativas para melhorar o controle e dar maior transparência às atividades de mobilidade urbana", diz a Setrans.