Jovem conta que foi vítima de agressões do irmão durante anos - Rebecca Cury / Instagram
Jovem conta que foi vítima de agressões do irmão durante anosRebecca Cury / Instagram
Por Carolina Freitas
Rio - A irmã do motorista de aplicativo que comeu o lanche de uma cliente no último domingo, na Freguesia, Zona Oeste da cidade, decidiu ir para as redes sociais denunciá-lo por agressão depois da repercussão do caso. Rebecca Cury, de 18 anos, disse ao DIA que conseguiu uma medida protetiva contra o irmão após ele agredi-la com um "mata-leão" depois de uma discussão em 2019. Na época, ela era menor de idade. A vítima também afirma que sofreu abusos sexuais por parte do irmão. Ian nega.
"Ele sempre foi uma pessoa agressiva quando bebia. Arrumava muito problema em porta de boate e os amigos sempre ligavam para irmos buscar ele. Mas quem dera o comportamento dele parasse na bebida, ainda sóbrio ele continua sendo aquilo. Hoje em dia ele não bebe, entrou para a igreja e se diz um homem bom, mas continua esse monstro", contou Rebecca. 
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Galeria de Fotos

Irmã denuncia Ian Cury, motorista de app por agressão e abuso; ele ganhou fama após comer cachorro-quente de cliente (5) Twitter / Reprodução
Irmã denuncia Ian Cury, motorista de app por agressão e abuso; ele ganhou fama após comer cachorro-quente de cliente (4) Twitter / Reprodução
Irmã denuncia Ian Cury, motorista de app por agressão e abuso; ele ganhou fama após comer cachorro-quente de cliente (3) Twitter / Reprodução
Irmã denuncia Ian Cury, motorista de app por agressão e abuso; ele ganhou fama após comer cachorro-quente de cliente (2) Twitter/ Reprodução
Irmã denuncia Ian Cury, motorista de app por agressão e abuso; ele ganhou fama após comer cachorro-quente de cliente (1) Twitter/ Reprodução
A cliente disse que recebeu um 'podrão' no lugar do lanche pedido Reprodução / Arquivo Pessoal
Lanche que era pra ter sido entregue para a cliente Arquivo Pessoal
A irmã do motorista relata que no dia 25 de julho de 2019 se desentendeu com Ian, que a enforcou tentando fazer com que ela desmaiasse e a ameaçou dizendo que ia bater nela até ela morrer caso a mesma tentasse algo contra ele. "Eu consegui me soltar e fui correndo para o outro lado da rua onde fica uma cabine da polícia. O Ian tentou fugir, mas depois de muita briga, fomos para a delegacia e consegui a medida protetiva contra ele, que ainda está valendo", continua a vítima. 
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Rebecca diz que uma semana depois, foi chamada no Juizado de Menores para depor, pois o irmão tinha denunciado ela por agressão. "O Ian tem 1,80 de altura, é lutador e tem 12 anos a mais que eu. 
Eu tinha 17 anos e ele 29 quando isso aconteceu. Hoje tenho 18 e ele 30, a delegada entendeu os fatos e arquivou o caso dele contra mim. Ele foi tão cara de pau que me denunciou e fez até exame de corpo e delito para tentar provar algo."
A jovem contou ainda que Ian além de agredi-la, também já chegou a quebrar o dedo de uma tia deles durante uma discussão. "Depois disso, minha tia denunciou ele e foi resolvido no juizado de casos menores. Eles chegaram até a fazer uma terapia de reconciliação pra se resolverem, mas quase minha família toda se afastou dele de alguma forma", afirma a jovem. 
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Perguntada porque decidiu expor as agressões do irmão na internet depois de tanto tempo, Rebecca disse que tenta falar sobre o assunto há anos e diz que já chegou a fazer um relato nas redes sociais em 2017, mas nunca explicou detalhadamente o que aconteceu.
"Depois que vi a repercussão do episódio do cachorro-quente, tive coragem. Vi todo mundo julgando ele e pensei que seria o momento certo. Eu tento ganhar voz com isso há muito tempo, sempre foi uma discussão em família porque nunca achei certo uma pessoa fazer o que fez e continuar andando livre, ter direito de trabalhar e viver, e eu ser obrigada a viver com medo", relata. 
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Rebecca diz ainda que apesar de ter criado coragem para falar sobre o assunto delicado, pensou em apagar a publicação feita no Twitter, com medo do irmão ir atrás dela, caso ele visse. "Mas depois de receber tanto apoio e tantos relatos parecidos, vi como isso ajudou muita gente a ter voz, e talvez seja a única forma de eu conseguir justiça", finaliza.
Irmão nega as acusações
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A reportagem entrou em contato com Ian Cury, irmão da vítima e suposto agressor, que disse que "a história não é coerente". Ele afirmou que as brigas que teve com Rebecca, foram "brigas comuns de irmãos", e que não houve, jamais, agressão física.
"Sinceramente, ela conseguiu enganar muita gente. Me parece que é tudo por fama ou apenas para me atingir. Ela diz que eu ameacei ela de morte, mas nunca nem fiz questão de ter contato com ela. Recebi milhares de mensagens de pessoas me chamando até de estuprador, eu nunca encostei um dedo nela. Para mim, a criminosa é ela que está cometendo injúria, calúnia, difamação e falsa comunicação. Eu vou me defender na Justiça", disse Ian.