Defesa de Pastor Everaldo diz que prisão foi 'atitude desnecessária da Justiça'
Avogada Martha Leão alegou, ao sair da sede da Polícia Federal no Rio, que presidente do PSC não prestou depoimento e que 'sempre colaborou com a Justiça'
Rio - A defesa do pastor Everaldo (PSC) disse que a prisão do presidente do PSC na manhã desta sexta-feira foi "uma atitude desnecessária da Justiça". A advogada Martha Leão alegou, ao sair da sede da Polícia Federal no Rio, que o presidente do PSC ainda não prestou depoimento e que "sempre colaborou com a Justiça".
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Pastor Everaldo foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, em uma operação que mira um esquema de desvio na saúde. O governador Wilson Witzel foi denunciado pelo Ministério Público como líder do grupo e afastado do governo nesta sexta-feira.
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O presidente do PSC, que já foi candidato à presidência da República, em 2014, apoiou a candidatura de Witzel e dispunha de espaço no governo, tendo realizado diversas nomeações. O ex-secretário de Saúde de Witzel Edmar Santos disse em sua delação que o pastor controlava e pressionava por contratações na pasta da Saúde.
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O PSC informa que o ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional do PSC, assume provisoriamente a presidência da legenda. O calendário eleitoral do partido nos municípios segue sem alteração. O PSC reitera que confia na Justiça e no amplo direito de defesa de todos os cidadãos. "O Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades, assim como o governador Wilson Witzel", diz em nota.
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF), policiais federais e auditores da Receita Federal cumprem diversos mandados de prisão e de busca e apreensão em endereços ligados aos principais nomes do governo do estado do Rio de Janeiro. Entre os alvos estão o governador, o vice-governador Cláudio Castro (PSC) e o presidente da Assembleia Legislativa do estado, André Ceciliano (PT). As diligências foram autorizadas pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves. A medida tem validade inicial de 180 dias.
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A operação, batizada de Tris in Idem, é desdobramento da Operação Placebo, que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense. O nome da operação é uma referência ao fato de se tratar do terceiro governador do estado que se utiliza de esquemas ilícitos semelhantes para obter vantagens indevidas.
Segundo apurado pelos investigadores, a partir da eleição de Wilson Witzel, estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Liderados por empresários, esses grupos lotearam algumas das principais pastas estaduais – a exemplo da Secretaria de Saúde – para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas.
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No total, foram cumpridos 89 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão – onde 3 de alvos que já se encontravam presos. Restaram três mandados em aberto. Além dessas medidas, em outro inquérito, o também ministro do STJ Jorge Mussi autorizou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão no estado do Piauí, objetivando coletar provas sobre suposto esquema de nomeação de funcionários fantasmas no governo fluminense para desvio de dinheiro público.