Neste sábado (6), a Cedae realizou a manutenção da ETA Guandu após registrar que a lagoa onde ocorre a captação começou a ter um grande crescimento na quantidade de algas  - Reprodução
Neste sábado (6), a Cedae realizou a manutenção da ETA Guandu após registrar que a lagoa onde ocorre a captação começou a ter um grande crescimento na quantidade de algas Reprodução
Por Lucas Cardoso
Rio - Mesmo após protocolo de emergência realizado pela Cedae, moradores de pelo menos três bairros da capital ainda se queixam de água com cheiro e gosto, neste sábado. Segundo os relatos do Estácio, Ilha do Governador e Cordovil, Zona Norte, a condição é a mesma há pelo menos três dias e se assemelha ao que aconteceu no ano passado, durante a crise no abastecimento provocada pela presença da alga geosmina na água fornecida pela companhia. 
"Eu, aos trancos e barrancos, ainda consigo comprar água para beber por fora se precisar, mas e quem não pode. Pagamos por esse serviço porco feito pela Cedae. É uma vergonha eles cometerem o mesmo erro duas vezes e nós pagarmos por isso", se queixa Jeorge Barroso, morador do bairro Zumbi, na Ilha do Governador.  
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Na Zona Oeste, em Campo Grande, uma moradora relata que a água voltou a chegar transparente e sem odor, mas o gosto de terra ainda é sentido. "Limpamos o filtro, mas só resolveu uma parte do problema. Seguimos aguardando", contou a professora Rosa Pacheco, 67 anos.
Água chega na residência de moradora de Campo Grande cristalina, mas ainda com gosto de terra - Arquivo pessoal
Água chega na residência de moradora de Campo Grande cristalina, mas ainda com gosto de terraArquivo pessoal
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Na última quinta-feira, a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) interrompeu durante 10h o fornecimento de água vinda do Guandu, estratégia não adotada no ano passado, para evitar o fornecimento da água com cheiro, odor e sabor alterados.
O bloqueio no fornecimento ainda é sentido por moradores de alguns bairros. No Twitter, usuários de Pilares, Cachambi, Penha e outras localidades reclamaram da falta d'água na torneira. "Alô, Cedae! Cadê a minha água?", disse uma moradora de Pilares, em postagem na rede social. 
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Segundo o presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, em entrevista ao programa Bom Dia RJ, da TV Globo, nesta sexta-feira, o problema do abastecimento deve estar resolvido até domingo (24). O governador em exercício, Cláudio Castro, prometeu medidas mais enérgicas caso o problema com o abastecimento de água não seja resolvido até este sábado. 
Procurada, Cedae reforçou o prazo deste domingo para que o fornecimento será reestabelecido em todos os bairros e se comprometeu a avaliar a condição da água nos endereços relatados pelos entrevistados que concordarem com a visita da companhia. 
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A reportagem também procura desde esta sexta-feira a Agencia Reguladora de Energia e Saneamento Basico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) para saber qual será a punição da Cedae pelo problema no fornecimento, contudo o órgão segue sem responder.