Realização de protesto em frente ao prédio da Marinha do Brasil - Luciano Belford/Agência O Dia
Realização de protesto em frente ao prédio da Marinha do BrasilLuciano Belford/Agência O Dia
Por Bruno Gentile*
Rio - O mistério do desaparecimento dos três pescadores no mar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 13 de janeiro, está prestes a completar duas semanas e segue sem solução. Devido ao insucesso nas buscas pelo paradeiro do trio, a Marinha do Brasil decidiu, no último sábado (23), suspender as missões de procura temporariamente, o que revoltou os familiares de Everaldo Rodrigues, conhecido como Cica, Marcelo Silva e Pablo Henrique Santos. Os parentes dos desaparecidos resolveram, então, realizar um protesto em frente ao prédio da Marinha, na Praça Mauá, no Centro da cidade, na manhã desta terça-feira (26), para que as operações de busca não fossem encerradas e continuem ocorrendo.
Irmã de Marcelo Silva, Valéria Barbosa esteve presente na manifestação de hoje na Praça Mauá, e comentou sobre a situação de angústia que os familiares têm enfrentado desde o sumiço dos pescadores, que ainda segue sem explicação. De acordo com ela, a confiança de que todos estejam vivos e a salvo em algum lugar é grande, mas é preciso o auxílio permanente e eficaz das autoridades nesse processo.
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"Esse protesto aqui, que tem cerca de 50 pessoas, é para implorar à Marinha que retomem as buscas, pois acreditamos ser essa a única chance de encontrá-los com segurança e rapidez. O problema é que as equipes que estavam à procura do meu irmão e dos amigos afirmam não ter encontrado nenhum resquício da embarcação Ressaca I (barco dos desaparecidos) e que, por isso, não há como manter as missões de busca", disse Valéria.
"Eu e os parentes do Heraldo, Marcelo e Pablo estamos nos sentindo desolados, porque o tempo passa e não conseguimos sequer uma novidade positiva sobre o sumiço deles. Chegamos, inclusive, a pedir à Marinha que verificasse mais a fundo as ilhas do mar da Barra e que pudesse checar zonas mais distantes da costa e da orla, o que, até o momento, não foi feito por ninguém. Isso tudo, somado à interrupção das buscas, nos causa mais sofrimento e medo do que pode ter acontecido", completou. 
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Apesar de não se ter nenhum indício sobre o paradeiro do trio, mesmo após duas semanas do sumiço dos pescadores, Valéria ainda crê que toda essa situação terá um final feliz e que o irmão e os companheiros de pesca estão vivos em algum lugar, à espera do resgate. "Com certeza, temos fé de que os três devem estar bem, já que nenhum destroço da embarcação foi encontrado. Nós continuamos com os pensamentos positivos, mas para que tudo ocorra da maneira certa, precisamos do apoio da Marinha. Eles não podem acabar com as buscas", disse.
Sumiço completará duas semanas
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Segundo relatos dos parentes, os três homens saíram para pescar antes do amanhecer, por volta das 4h, na quarta-feira retrasada (13), e o último contato feito com eles aconteceu na parte da tarde do mesmo dia, às 15h. Depois disso, não se teve mais notícias dos pescadores, o que fez com que os familiares recorressem às autoridades e aos órgãos de busca.
A Marinha afirmou que o Comando do 1° Distrito Naval (Com1oDN) tomou conhecimento do caso apenas na madrugada de quinta-feira (14), quando ficou sabendo do desaparecimento da embarcação "Ressaca I", a aproximadamente 60 quilômetros da orla da Barra.
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O Com1oDN acionou o Salvamar Sueste, estrutura orgânica responsável por Operações de Busca e Salvamento (SAR) no mar, que enviou o navio-patrulha "Gurupá" para o local e emitiu aviso aos navegantes, dando ampla divulgação por rádio, com o objetivo de alertar e solicitar apoio a todas as embarcações nas áreas próximas.
Na segunda-feira retrasada (18), uma reunião dos familiares dos pescadores na comunidade da Tijuquinha, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio, buscou uma corrente de oração pelas vidas dos desaparecidos. O ato contou ainda com a presença de amigos e moradores da região.
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*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes