Jovem que acusa o cantor Anderson, do Molejo, de estupro presta depoimento: 'Era um pai para mim'
Polícia Civil deve apreender a cueca da vítima e encaminhá-la para analisar se há esperma do músico
Rio - O cantor e dançarino que acusa o vocalista do Molejo, Anderson Leonardo, de estupro, chegou, nesta quinta-feira, à 33ª DP (Realengo) para prestar depoimento sobre o caso. O crime teria acontecido do dia 10 para o dia 11 de dezembro de 2020 em um motel no Sulacap, Zona Oeste do Rio. A Polícia Civil deve apreender a cueca da vítima de 21 anos e encaminhá-la para analisar se há esperma do músico, por meio de exame de DNA. Anderson também será chamado para depor sobre a acusação.
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“Até então ele era um pai para mim, foi meu padrinho no meu lado artístico, na minha vida, na minha carreira artística e eu não esperava esse ato que ele fez comigo. Infelizmente, eu estou aqui na luta para mostrar meu caráter, minha dignidade. Eu sou homossexual sim, eu apoio a causa LGBT, e não esperava isso dele, de me levar para um motel, de ter me agredido, ter feito isso tudo comigo”, disse a vítima.
Segundo a denúncia feita pelo jovem, ele e Anderson marcaram uma reunião de negócios. O cantor teria então levado a suposta vítima para o motel Queen, justificando que era "uma reunião sigilosa que pode mudar a sua carreira".
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"Eu estava em um show com ele e a minha bota arrebentou. Eu fiquei de castigo por 1 mês e cinco dias e logo depois ele marcou uma reunião comigo. Falou que eu ia voltar aos palcos e que minha vida toda ia mudar, onde não mudou nada, onde ele me levou para um motel, no Sulacap mesmo, onde aconteceu isso tudo, essa barbaridade que ele fez comigo", relatou o jovem.
Já no estabelecimento, Anderson teria pegado o celular do jovem e desligado. Após isso, ele teria jogado o rapaz na cama, despido ele e dado tapas no rosto da suposta vítima. O jovem diz que começou a chorar e foi xingado pelo vocalista, que iniciou as tentativas penetrá-lo.
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"O que aconteceu foi o ato que ele me estuprou. Ele bateu, me ameaçou, puxou meu cabelo. A cueca está suja com meu sangue e com as coisas dele. Essa agressão que ele fez comigo eu não desejo para nenhum inimigo meu. Eu desconfiei desde o momento que ele pegou meu telefone e desligou. Eu nunca tinha ido em motel nenhum".
O rapaz diz que chorava no momento e falava: "Para que sou virgem". Anderson teria consumado a penetração e depois do ato libidinoso teria percebido que o jovem era de fato virgem, pois ele teria sangrado muito durante o ato. Após isso, a suposta vítima diz que desmaiou e foi acordada pelo cantor.
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O jovem diz que estava em contato com Anderson há oito meses, pois o cantor iria empresariá-lo na carreira artística e que eles tinham uma relação de pai e filho. Ele também justifica que demorou para fazer a denúncia porque estava com medo da retaliação.
"Era [a relação] de pai para filho mesmo, tanto que eu tatuei ele no meu braço, todo mundo via isso, as pessoas viam nosso tratamento de pai e filho. Eu fiquei surpreso com isso tudo".
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A vítima disse que procurou o cantor após o ocorrido para que pagasse os exames e um médico para ele, mas Anderson negou o pedido.
"Fui eu, minha mãe e meu pai atrás dele para pagar os exames para mim, pagar Proctologista para mim, mas ele não quis fazer isso, para ele não assumir a culpa de tudo que ele fez comigo. Ele recusou. Sempre arrumava uma justificativa, uma gracinha, ele e a equipe dele", acusou o jovem.
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Através de uma nota da assessoria, o cantor Anderson negou todas as acusações. Confira um trecho do depoimento publicado nas redes sociais:
"O cantor foi surpreendido, assim como todos, com o que foi veiculado na imprensa na data de hoje, não tendo qualquer conhecimento acerca do publicado em redes sociais ou mesmo em sede policial, vez que não foi intimado para prestar quaisquer informações, pelo que, não teve nem mesmo ciência do que consta do registro de ocorrência. Esclarece ainda que lamenta profundamente as declarações envolvendo seu nome, refutando qualquer ato de violência contra quem quer que seja, negando categoricamente à acusação completamente falsa de agressão sexual feita em seu desfavor. Ressalta, outrossim, que em mais de 30 anos de vida pública, jamais tivera seu nome ligado a qualquer ato criminoso ou que viesse a desabonar ou macular a sua imagem e carreira, seja de sua vida profissional ou pessoal. Informa também que conhece a suposta vítima, mas jamais praticou os atos veiculados na imprensa, inclusive, tem conhecimento que a suposta vítima já esteve presente em diversas apresentações artísticas do cantor, em ocasiões posteriores à falaciosa alegação, o que demonstra, claramente, que a narrativa publicada nunca ocorreu".