Corpo de Fernando Iggnácio caído entre os carros no estacionamento de heliporto - Luciano Belford/Agência O Dia
Corpo de Fernando Iggnácio caído entre os carros no estacionamento de heliportoLuciano Belford/Agência O Dia
Por O Dia
Rio - Exames de confronto balístico apontaram que duas armas apreendidas junto aos assassinos do contraventor Fernando Iggnácio, morto em novembro do ano passado, foram usadas na execução de outros dois ex-PMs, integrantes da organização do bicheiro. Segundo a Polícia Civil, as armas AK-47 e M16 também dispararam contra Sergio Monstro e Jorge Crispim Silva Santos. Crispim, considerado pela polícia braço direito de Fernando Iggnácio, foi morto dentro de casa, no dia 10 de junho, na Rua Félix Bernardelli, em Campo Grande.
Sérgio Monstro foi assassinado quando chegava em casa, na Rua Gentil de Ouro (Condomínio Jardins), também em Campo Grande, no dia 25 de abril. Com o resultado pericial, os quatro executores e o suposto mandante da morte de Fernando Iggnácio também serão indiciados pelas mortes das duas outras vítimas.

Presos e foragidos da polícia até o momento

Cinco acusados de envolvimento na morte do contraventor Fernando Iggnácio já foram presos. Entre eles estão o cabo Rodrigo Silva das Neves, conhecido como Cabo das Neves, encontrado no dia 12 de janeiro,na região de Canavieiras, na Bahia, e o policial militar reformado Márcio Araújo de Souza, suspeito de ter contratado os assassinos do contraventor.

Ainda estão foragidos o PM Otto Samuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, o ex-PM Pedro Emanuel D'Onofre Andrade Silva Cordeiro, irmão de Otto, e Ygor Rodrigues Santos da Cruz.
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Morte do contraventor
O contraventor voltava de uma viagem à Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero, e, ao desembarcar, foi atingido por vários tiros na cabeça quando caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio, no dia 10 de novembro do ano passado.
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Antes de ser morto, Fernando Iggnácio seguiu à risca um hábito adotado sempre que viajava de helicóptero com a esposa Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio, filha de Castor de Andrade, morto em 1997.
Depois de voltar de Angra dos Reis (RJ), ele desembarcou sozinho, foi conduzido em um veículo elétrico até o estacionamento e deu os últimos passos até o seu carro após percorrer cerca de 100 m, onde foi baleado.
Os atiradores estavam atrás de um muro, a menos de 5 m de distância da vítima. O bicheiro costumava descer do helicóptero da família sozinho e voltar de carro até a área da aterrissagem para buscar a esposa e a bagagem.
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A mulher de Fernando Iggnácio estava no helicóptero com o marido, mas conseguiu escapar dos disparos. Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio chegou a desembarcar da aeronave com o marido mas, quando ouviu os tiros, voltou correndo para o helicóptero, que decolou de novo e pousou em um condomínio no Recreio.