Irmã e tia de Arilson Santiago compareceram na manhã desta segunda (01), no Posto Regional de Polícia Técnica e Científica de São Gonçalo para realizar a liberação do corpo.
Irmã e tia de Arilson Santiago compareceram na manhã desta segunda (01), no Posto Regional de Polícia Técnica e Científica de São Gonçalo para realizar a liberação do corpo.WhatsApp do DIA (98762-8248)
Por O Dia
Rio - Ana Carolina Santiago, irmã de Arilson Santiago, que foi morto na manhã deste domingo (28) vítima de tiro, afirmou que a polícia militar faz operações constantes em São Gonçalo, entre às 5h30 e 6h da manhã e que a violência é constante na região. Em tom de desabafo, ela pede justiça pela morte do irmão.

Arilson tinha 21 anos e foi baleado enquanto estava no interior de um carro indo para o posto de gasolina onde trabalhava, por volta das 5h, durante um confronto entre policiais e traficantes. Segundo parentes, ele tinha pego carona e estava acompanhado do gerente e de um amigo do trabalho.


“Foi um tiro único e fatal, todo dia 5h30 e 6h da manhã eles estão lá. Dão tiros todo dia. Domingo, sábado, dia de semana... É comum eles estarem ali. E se fosse em horário escolar? Ontem foi um, amanhã pode ser dois e três, quando isso vai acabar?”, desabafou Ana Carolina.

A família compareceu ao Posto Regional de Polícia Técnica e Científica de São Gonçalo para realizar a liberação do corpo. O enterro da vítima será feito na tarde desta segunda, no cemitério Parque Niterói, em São Gonçalo. Arilson deixou a esposa Tamyres de Araújo, que está grávida de 5 meses do primeiro filho do casal.

A irmã de Arilson disse que ele estava construindo uma casa, o jovem era frentista e tinha o sonho de ser jogador de futebol. A tia do jovem, que acompanhava Ana, questionou: "Quantos vão matar e vai ficar por isso?”, e foi completada pela irmã, que cobrou justiça enquanto mostrava o uniforme de trabalho da vítima “Eu quero justiça! Meu irmão não era vagabundo não! Ele era trabalhador, honesto!”, concluiu.

Questionada se recebeu alguma informação da polícia militar sobre o caso, ela negou ter tido acesso a informações. “A polícia não comunicou nada, ninguém entrou em contato”.

Dois policiais que participaram da ação tiveram os seus fuzis apreendidos e prestam depoimento nesta segunda na Delegacia de Homicídios de Niterói. A Polícia Civil irá realizar a perícia nas imagens que tem da ação, em conjunto com o confronto balístico, para confirmar se houve troca de tiros entre policiais e traficantes.

Vídeo mostra momento em que policiais realizam ação próximo ao local onde o jovem foi morto

Vídeo registrado por câmera de segurança mostra quatro policiais realizando ação próxima ao local em que Arilson Santiago foi atingido. Ele foi encaminhado para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), mas não resistiu ao ferimento.
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No vídeo, duas viaturas se aproximaram do local, em seguida, os policiais realizaram a abordagem de uma pessoa, quando, após identificar jovens em motos, foram efetuados disparos. As imagens registradas não mostram o momento em que Arilson foi atingido e não é possível saber a origem dos tiros, se foram feitos por traficantes ou pelos agentes.

O que dizem as Polícias Militar e Civil
Em nota, a Polícia Militar disse que durante o policiamento ostensivo pela Rua Dalva Raposo, no bairro de Tribobó, feito na manhã deste último domingo (28), a equipe foi atacada por disparos de arma de fogo efetuados por criminosos locais.
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Houve confronto e os suspeitos fugiram. Posteriormente, a unidade foi informada sobre a entrada de um homem no Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, ferido. A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) também instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do fato.

A Polícia Civil afirmou que as investigações estão em andamento para apurar as circunstâncias da morte de Arilson Santiago Pinto e testemunhas estão sendo chamadas para prestar depoimento.