Ainda segundo Mário Lamblet, o resultado da perícia balística deve sair ainda nesta semana. A DH trabalha com duas versões até o momento, já que os moradores da região alegam que não houve confronto, mas sim um único tiro. "Foi um tiro único e fatal, todo dia 5h30 e 6h da manhã eles estão lá. Dão tiros todo dia. Domingo, sábado, dia de semana... É comum eles estarem ali. E se fosse em horário escolar? Ontem foi um, amanhã pode ser dois e três, quando isso vai acabar?", desabafou Ana Carolina Santiago, irmã de Arilson Santiago.
Vídeo registrado por câmera de segurança mostra policiais militares realizando uma ação próximo ao local em que estava o jovem Arilson Santiago, morto ontem vítima de tiro.#ODia
— Jornal O Dia (@jornalodia) March 1, 2021
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As imagens registradas não mostram o momento em que Arilson foi atingido e não é possível saber a origem dos tiros, se foram feitos por traficantes ou pelos agentes.
Frentista morre a caminho do trabalho
Arilson Santiago foi baleado e morto, na manhã deste domingo (28), vítima de tiro enquanto estava no interior de um carro indo para o posto de gasolina onde trabalhava, por volta das 5h, durante um confronto entre policiais e traficantes. Segundo parentes, ele tinha pego carona e estava acompanhado do gerente e de um amigo do trabalho.
O DIA procurou o professor Ignácio Cano, especialista na área de segurança pública e membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, para examinar a atuação dos policiais registrada pela câmera de segurança. Segundo o pesquisador, não é possível identificar exatamente se os disparos foram feitos por policiais ou não.
"Se a polícia estiver atirando nessa posição, longa distância, essas pessoas na motocicleta não representam uma ameaça direta ao policial. Então não tem nenhuma justificativa para atirar, [pois] os disparos a essa distância podem colocar também outras pessoas atrás e os motoristas em risco", afirmou Ignácio.
Ele também mencionou que o uso da arma neste contexto não seria correto. "É absolutamente inapropriado o uso da arma [neste contexto], se é que a polícia atirou nesse momento, como parece no vídeo, embora não se veja o momento exato do suposto disparo do policial", concluiu.
Questionado sobre qual deveria ser o procedimento padrão para a atuação policial no contexto deste vídeo, o professor disse que os agentes deveriam ter se aproximado sem efetuar disparos, e que os policiais só podem atirar se a vida de alguém estiver em perigo.